A evolução dos Beatles que inspirou Bárbara Eugênia

22/10/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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22/10/2014

Mais do que as músicas dos Beatles e as histórias por trás delas, o novo projeto de Bárbara Eugênia foi inspirado na evolução do quarteto, como pessoas e como grupo. Para dar corpo às composições do homônimo Aurora, que vão de um folk até um rock mais pesado, a artista chamou o amigo Chankas, guitarrista do Hurtmold.

A fagulha que deu início ao Aurora foi o livro “The Beatles – a história por trás de todas as canções”, devorado por Bárbara Eugênia no final de 2012. A partir dali, a compositora escreveu sem parar, em inglês, refletindo sobre as mudanças, o tempo, as relações e o futuro. Mas Aurora também tem muito do mesmo amor que os Beatles comunicava.

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Da inspiração nas transformações da vida é que nasceu este disco que cresce a cada faixa e desenvolve-se em diferentes estilos até chegar na música que dá título ao álbum e resume bem a abrangência e, ao mesmo tempo, a linha meditativa do registro. “Me ajudou a também me abrir mais para outros tipos de inspiração”, nos contou Bárbara Eugênia sobre a influência que o livro teve em sua música.

O último show do ano do Aurora rola neste sábado, dia 22 de novembro, às 21h, na Casa do Mancha, em São Paulo. Os ingressos saem por R$ 20,00. Para acompanhar a agenda de shows do Aurora, clique aqui. Veja nossa entrevista completa com a cantora logo abaixo do streaming de Aurora.

De que jeito as histórias por trás das canções dos Beatles tocaram tanto você que essa inspiração teve que tomar a forma do disco Aurora?

Simplesmente pelo fato do crescimento individual como banda. Como eles foram se abrindo e se soltando e sendo mais verdadeiros nas composições deles, dentro da banda e nas suas carreiras solo. Aí eu fui pensando na história deles mesmos como conjunto, como indivíduos e isso me fez questionar uma série de coisas e eu escrevi essas músicas do Aurora.

Entre os projetos solo deles, qual te atrai mais?

É muito difícil falar de um só. O George, o John e o Paul tem todo um apelo. Eu sempre falei que era o John, mas depois eu ficava entre o John e o George e hoje em dia eu fico entre os três mesmo.

Na música “Aurora”, uma parte bem marcante é quando a voz repete um verso e o Regis Damasceno sola na guitarra enquanto o Richard Ribeiro segura na bateria. Como vocês chegaram nessa composição?

Essa música eu tinha três pedaços, era praticamente três músicas. Eu cheguei com esses três pedaços e falei: “Ó gente, tenho esses pedaços de música, vamos transformar ela em uma? Me ajudem a colar esses pedaços que eu não tô sabendo”. Como a ajuda deles foi essencial pra música tomar a forma que ela tomou, ela virou essa autoria em conjunto.

“Climb the stairs” é aquela música de amor leve que os Beatles adoravam também. Qual o valor dessas canções em um disco?

Pelo amor de deus, né? A gente precisa de leveza na vida. Tom Zé já dizia que todo o compositor brasileiro é um complexado que tinha uma mania de chorar tão sério, de rir tão sério, de amar tão sério… “Ai, meu Deus do céu, vai ser sério assim no inferno!” [ri] É uma música dele, chama-se “Complexo de Épico” , que é genial. E eu acho muito isso, sabe? Às vezes falta humor e às vezes falta leveza. Acho legal ter um equilíbrio entre as coisas, porque também não dá pra ficar só planando, né?

Os Beatles mudaram o tom das músicas e os assuntos com o tempo. Você curte essa ideia de uma banda em constante transformação? Por quê?

Eu acho que quem fica parado é poste, né? A gente não tem nem como não ficar em constante transformação. A impermanência é um fato. Então se a gente continuar fazendo as coisas do mesmo jeito, com a mesma visão, é triste até. Não que a pessoa tem que fazer uma evolução acadêmica, no sentido de “eu comecei tocando punk rock e morri tocando erudito”. Nada a ver! Pode morrer tocando punk rock, tá ótimo! Acho que a mudança faz parte e é muito saudável. Na música, a gente tem tanta opção que eu quero mais é aproveitar.

Por que os Beatles conseguem se manter atuais?

Porque eles falam de amor, porque eles falam da vida e falam com as pessoas. Você não está falando sobre um fato específico de uma época, você está falando sobre a condição do ser humano, acho que isso faz com que a música seja mais eterna.

Essas bandas dos anos 60 e 70 tiveram um papel importante na sua educação musical ou foram influências posteriores?

Eu sempre ouvi mais música antiga do que atual. Mas tem outras referências também, mais contemporâneas. Cidadão Instigado, Júpiter Maçã, Tatá Aeroplano. Tem uma galera nova que é ótima. De banda gringa… eu não sou muito ligada mesmo nas coisas novas. Eu parei no Radiohead. É uma baita inspiração, Radiohead e PJ Harvey.

“Aurora” será lançado em vinil?

A gente fez crowdfunding, não rolou a grana, e a gente vai tentar fazer de novo pra tentar arrecadar esse dinheiro. Tomara que role, porque ia ficar uma bela bolacha. A gente vai tentar de novo, não vamos desistir, não.

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22/10/2014

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