Novidades do Cachorro Grande

24/06/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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24/06/2013

Foi lançado, recentemente, o primeiro registro audiovisual do Cachorro Grande. E por isso conversamos com o vocalista Beto Bruno, que se estendeu em um papo sobre mercado da música, um novo disco de inéditas, uso e abuso de overdub e gravação de um segundo DVD. Confira:

Depois de quase 14 anos de banda, esse é o primeiro DVD. Vocês estavam ansiosos para lançar algo assim?

*

Sim, já tínhamos feito outras tentativas, mas nunca rolou. Trocamos de gravadora e foi uma confusão. E essa ansiedade vinha também por parte do público que acompanha, que sempre que tinha oportunidade de falar com alguém, comentava que “porra, tá faltando um DVD de vocês, um registro de um show inteiro”. Até taxista me perguntava: “que banda de rock é essa que não tem um DVD?”. Eu já ouvi isso em vários sotaques, em qualquer lugar. E agora rolou.

O DVD foi lançado em 2011 e, a princípio, não seria gravado. O que fez com que vocês mudassem de ideia?

No show, a única coisa que a gente sabia é que tinha uma galera filmando. O nosso mesa de som, que está com a gente desde o início, o Jander, ele conversou com os caras e possibilitou a gravação de áudio junto com as imagens. Mas quando subimos ao palco, não tínhamos a intenção de gravar nada, e isso é muito doido. Era um show normal como qualquer um. Foi no Circo Voador, o que não é novidade nenhuma pra nós. E um tempão depois os caras editaram o filme. Acredito que o editor não tinha o que fazer naquele final de semana e pensou em fazer aquele tape.

Quando a gente ouviu o som e viu que tava do caralho, tivemos desde aquele tempo a ideia de lançar. Então começamos a procurar quem se interessasse. Daí isso demorou mais um tempo até chegar na mão da Universal e eles apoiaram a ideia.

O que deu segurança a vocês para lançar o DVD?

O que eu acho mais legal nele é que tem a ideia da crueza desde o início, a gente não fez nenhum overdub, o que é um absurdo para os padrões mercadologicos de hoje. Não existe alguém que não retoque praticamente tudo dentro do estúdio. Eu até já vi como se faz isso porque eu mesmo participei do DVD de outros artistas e já retoquei no estúdio a minha parte. Se quem estiver lendo fizerem um estudinho, dá pra saber.

Então, a ideia foi lançar um produto – que não é melhor do que os outros, é só a maneira que a gente optou por fazer – o mais verdadeiro possível. Ele tem todas as desafinações que eu tenho em um show. Não teve aquela coisa de ficar dois dias trancado sem falar com ninguem porque “está se preparando para gravar um DVD”. Se tu for em um show meu no próximo fim de semana, vai ver que tem mesmo desafinações pra caralho. Isso é coisa do show, coisa do rock. Então, no final das contas, eu adorei.

Se fosse algo totalmente planejado, teriam escolhido gravar em outro lugar?

Tocar no Rio sempre foi do caralho. Desde que lançamos o nosso terceiro disco, nunca abrimos mão de tocar no Circo. Nós criamos um lance com esse Circo novo, a gente já sabe os caminhos pra tocar ali. Gostamos de tocar lá, a galera que cuida do som, por exemplo, está o mais em casa possível, porque conhece todos os atalhos. Tem todos os hoteizinhos na volta que ainda aceitam nós, porque aquela área ali é a mais rock’n roll que tem no Rio. A intimidade com o lugar nos deixa mais relaxados.

Mas a ideia original era de fazer em São Paulo, em algum lugar legal como Cine Joia ou na Augusta, mas daí pra fazer um outro DVD, do disco “Baixo Augusta”.

“Mas adianto que nós já gravamos um próximo DVD em São Paulo, e esse vai passar pelo mesmo processo”

Foi um show completamente diferente, no mês passado, e foi gravado no Centro Cultural, pensado para sair mesmo. O setlist foi feito em cima do “Baixo Augusta”, intercalado com outras músicas, porque tem umas que não dá pra deixar de tocar. Tem um público que nunca viu ou que vem pra ver aquelas mais conhecidas. Sem apelação, mas o show tem que funcionar.

E as parcerias? Teriam acrescentado alguém?

Não, a não ser que o Caetano Veloso queira cantar uma. Esse eu deixo.

Vocês já estão há muito tempo na estrada. Dá para se sentir em casa mesmo em outros lugares do país?

Sim, nesse tempo todo nós nunca tivemos uma exposição absurda, mas a gente já tem um certo público em cada capital e, mesmo no interior, já temos as casas em que somos acostumados a tocar, e em uma turnê ou outra aumenta um pouco o público. Estamos cada vez mais em casa, claro que sempre tem os problemas que acontecem nas turnês. Por mais acostumados que estejamos sempre vamos ter dificuldades e tal, mas a gente só quer continuar tocando, não quer nada demais, tá tudo bem.

Alguma previsão para um novo disco de inéditas?

Nós temos 14 anos de banda e 6 álbuns, queremos lançar no mínimo um inédito a cada 2 anos. Porque eu gosto de entregar material inédito pro público e também para mudar o nosso show. Também porque se tu ficar mais de 2 anos no mercado sem lançar nada, tu meio que da uma fugida da mídia e vende menos shows. É um grande problema. Então, tentamos manter as turnês lançando discos.

Mas como veio esse DVD, a gente segurou as gravações do próximo CD para não lançar dois materiais junto, afinal a concorrência com outros estilos e com outras bandas já é bastante grande. Se nós começarmos a querer concorrer com nós mesmos, aí nós estamos fudidos, né.

As músicas já estão prontas?

Já temos material. O Gross mora no mesmo quarteirão que eu em São Paulo. Então, qualquer ideia que eu tenha, ou que ele tenha, a gente se liga e registra na mesma tarde de uma forma caseira. Grava em casa mesmo, hoje em dia dá pra fazer tudo em casa, né. Dessa primeira ideia a gente já tem registrado tudo, já tem umas 20 músicas. Agora, cada vez mais o resto da banda aparece com material novo também. Então, por material a gente já tem, é só aguardar.

E eu to começando a montar um motim dentro da banda com os escritórios e gravadoras, pra entrar em estúdio em janeiro, pra lançar depois do carnaval. Eu já dei a ideia e estou enchendo o saco de todo mundo, porque se tem alguém que enche o saco na banda, esse cara sou eu.

Na ativa desde 1999, sem desviar do bom e velho rock. Qual o segredo de vocês para se manter nesse mercado?

Essa resposta parece pura viadagem, mas é verdade. É tentar fazer o que gosta da meneira mais verdadeira possível e se ligar no que faz de verdade, que é a música, o rock’n roll, por isso em primeiro lugar em tudo na sua vida. Ok, o cara tem família, tem outros problemas. Todos temos.
Mas pra se manter mesmo você tem que estar focado nisso, tem que acordar todos os dias da semana e pensar exclusivamente na banda. Estar atento com o que está rolando, tem que estudar discos novos, bandas novas, estudar rock, ficar horas a frente do equipamento de som estéreo e ouvir. Isso é uma coisa que as bandas não fazem, principalmente essas que acham que o rock começou com Nirvana, essa última geração. É um fator de várias coisas e, no final de tudo, um pouco de sorte. Tem que contar com ela também.

Para Beto Bruno, o rock começou com quem?
Chuck Berry.

ch

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24/06/2013

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