Ser mãe não é nada fácil, ainda mais quando se trata de ser mãe de grandes, e problemáticos, artistas. Mal podemos mensurar a importância que algumas delas tiveram na carreira dos filhos. Sem elas, o mundo seria um lugar bem mais difícil.
O dia hoje é de todas as mães, mas aqui nós reunimos cinco mães de ícones da música. São cinco mulheres que inspiraram de alguma forma canções emocionantes de seus filhos.
Confira abaixo as mãezonas que escolhemos:
Afeni Shakur Davis
Essa mãe passou pelo momento mais difícil que uma mãe poderia passar. Afeni teve que lidar com a morte do filho Tupac Shakur, que na época tinha apenas vinte e cinco anos. Com o dinheiro que recebeu dos álbuns póstumos do rapper, ela criou a Fundação Tupac Amaru Shakur que aproxima diversas crianças da arte. Depois de ganhar um processo contra a gravadora Death Row Records, ela criou o selo Amaru Records para lançar músicas inéditas do filho.
Tupac versa em “Dear Mama”sobre como nenhum outra mulher pode ocupar o lugar de sua mãe. Ele também canta que entende o quão difícil é criar um filho como mãe solteira.
You always was the black queen, mama
I finally understand for a woman
It ain’t easy trying to raise a man
Julia Stanley Lennon
John Lennon foi o único filho de Julia e Alfred Lennon. Quando o pai do Beatle foi embora de casa, ela começou a namorar John Bobby Dykins. O pequeno John teve, quando tinha apenas cinco anos, escolher entre viver com o pai ou com a mãe. No final das contas, ele passou o resto da infância e da adolescência com os tios, Mimi e George Smith, recebendo visitas frequentes de Julia.
A participação da mãe na paixão de John pela música foi importante. Julia o ensinou a tocar ukelele e banjo. E ela ainda comprou o primeiro violão do filho. Infelizmente, em 1958, quando John tinha dezessete anos, Julia foi brutalmente atropelada por um carro depois de uma visita ao filho.
“Julia” é a única vez em que John Lennon grava sozinho uma música dos Beatles. Nessa música, ele não só fala do seu amor pela mãe como também do amor pela mãe de Sean Lennon, Yoko Ono.
Half of what I say is meaningless
But I say it just to reach you,
Julia
Gladys Love Smith Presley
Quando o filho Elvis nasceu em 1935, Gladys e o marido Vernon eram tão pobres que não tiveram dinheiro suficiente para comprar um caixão para o outro filho que nasceu morto 35 minutos antes do irmão gêmeo Elvis. Gladys é conhecida por ser a pessoa que disciplinou o filho. Ela era daquelas mães super protetoras, que era capaz de dar uns tapas em que mexesse com o seu garoto.
Uma das primeiras músicas que Elvis Presley gravou, quando tinha dezoito anos, foi “My Happiness”, o presente de Natal para a mãe. Em 1958, Gladys sucumbiu a um ataque cardíaco, e Elvis fez questão que a banda favorita dela, Blackwood Brothers, tocasse em seu funeral.
Whether skies are grey or blue
Any place on earth will do
Just as long as I’m with you
My happiness
Edna Blow Ragland “Rassy” Young
A mãe de Neil Young foi uma das pessoas que mais apoiou o filho em suas decisões. É dela de quem Neil herdou a vontade de querer sempre melhorar. Desde pequena, Rassy foi uma mulher “independente demais” para sua época.
Para homenagear a mãe, Neil Young acaba de lançar A Letter Home, com covers de canções que os dois ouviam juntos em um tempo remoto. A faixa que abre o disco é uma carta fictícia à mãe que explica isso.
Margaret “Peggy” Nobel
Anthony Kiedis escreve em sua biografia Scar Tissue sobre a mãe amorosa e trabalhadora. Peggy e o pai John Michael Kiedis eram rebeldes, cada um do seu jeito. Ela era apaixonada pela black music, James Brown e seu filho Tony.
Depois de um dos primeiros shows do Red Hot Chili Peppers (aqui é preciso abrir um parênteses pra destacar o quão sem noção eram os shows do RHCP no início), o jornal local estampou em sua capa uma matéria com o título chocante “Se eu tivesse um filho como esse, eu atiraria nele”. Em resposta, Peggy escreveu uma carta para o editor que dizia o seguinte: “Você não conhece o meu filho. Ele é um dos melhores homens do mundo. Sua capacidade de ter compaixão e ajudar seus companheiros está além tudo o que você fará em sua vida. Eu insisto que você retire todas as coisas negativas que disse sobre o meu garoto”. Peggy também ajudou muito seu filho na luta contra as drogas.
“American Ghost Dance” é uma faixa do segundo disco do RHCP, Freaky Styley (1985). A mãe de Anthony é em parte apache, tribo indígena dos Estados Unidos. Essa música foi inspirada em uma dança que essas tribos faziam para afastar os homens brancos.