Far From Alaska a todo vapor

11/07/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

11/07/2014

O primeiro disco dá sempre um frio na barriga, mas o Far From Alaska pode respirar aliviado. O primeiro álbum de estúdio da banda é uma porrada de riffs pesados, vocais energéticos, quebras de compasso e elementos eletrônicos que encaixam perfeitamente na sonoridade robótica/humana de modeHuman.

Se já não bastasse a criatividade e energia dos integrantes, o disco ainda conta com a produção impecável de Chuck Hypolitho (Vespas Mandarinas). O resultado de tudo isso é uma estreia que está rasgando elogios de todo mundo pelo sonoridade agressiva com letras que falam sobre relações humanas. Em 2012, o Far From Alaska lançou o EP Stereochrome, que rendeu uma divulgação na página oficial do Garbage, com quem a banda topou em um lobby de hotel durante o Planeta Terra Festival do mesmo ano.

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Com os vocais fervosos estilo Hayley Williams de Emmily Barreto, elementos como a guitarra havaiana de Cris Botarelli (sintetizador) dão uma quebrada no rock objetivo das faixas de modeHuman. Completam a banda Lauro Kirsch (bateria), Rafael Brasil (guitarra) e Eduardo Filgueira (baixo).

modeHuman está sendo vendido no formato físico apenas nos shows da banda, por enquanto. Caso você queira o disco, pode adquiri-lo no show de lançamento dele: dia 17 de julho, às 23h, no Da Leoni bar e danceteria (Rua Augusta, 591), em São Paulo. Os ingressos custam R$ 20 (lista) ou R$ 25 (na hora).

Nós tivemos uma conversa deliciosa com Cris Botarelli sobre tudo que levou a banda até a estreia modeHuman. Veja a entrevista completa logo abaixo do streaming do disco.

Vocês tinham outros grupos além do Far From Alaska antes. Como a banda se tornou o projeto principal do grupo?

Os três meninos da banda, eles tavam sem banda na época que a gente começou a ensaiar. O Rafael tava acabando de sair do Calistoga, que é uma banda lá de Natal muito querida pela gente. E eu e a Emmily tocávamos no Talma & Gadelha, que é bem diferente do Far From Alaska. Eu tocava guitarra e ela era a baterista. Mas a gente começou a fazer muita coisa [com o FFA] e pra ninguém se prejudicar a gente decidiu sair. O Far From Alaska veio depois. Conciliando as agendas, a gente pensava que não precisaria escolher. Na verdade não foi uma escolha. E a gente é super amigos deles ainda, eles são amigos da vida.

Algumas faixas do modeHuman já tinham aparecido no primeiro EP de vocês. Como elas fazem sentido com as outras gravações?

O disco é como se ele tivesse três momentos da gente. Ele tem o momento que foi do EP e mais duas músicas que são da mesma época, “Greyhound” e “Tiny Eyes”, elas são bem do começo. Aí tem as músicas do meio ali e tem as músicas que a gente fez pra fechar o repertório. A gente não ia colocar o EP no álbum. A gente ficou em dúvida. Aí a gente foi conversar com várias pessoas pra pedir a opinião delas. Inclusive pro pessoal da Deck lá que gravou o disco com a gente. Foi quase unânime. Falaram que era o primeiro disco, era o registro que ia chegar mesmo pra mais pessoas, porque tinha muita gente que não conhecia ainda, e que não valia a pena descartar.

O que você acha que faz com que o som do Far From Alaska seja tão maduro e trabalhado?

Assim, a gente é muito chato. E a gente tem banda há muito tempo. E quando a gente foi formar essa banda, na verdade, a gente queria que fosse com amigos. Era nossa única condição. Não tinha um estilo. A gente queria escolher as pessoas pela amizade mesmo. E que fosse uma banda divertida que todo mundo pudesse fazer o que quisesse. Basicamente isso. E a gente não leva muito a sério, não. Tanto que eu tocava bateria no começo, e eu sou uma péssima baterista (risos).

Por todos os integrantes da banda saberem tocar outros instrumentos, vocês acabam dando muito pitaco na composição dos outros?

O processo de composição é bem complicado mesmo, porque todo mundo tem pitaco. A gente tá tentando não fazer isso mais, porque desgasta muito. Mas como todo mundo toca um pouco de tudo acaba que todo mundo tem uma opinião sobre como queria que fosse. Geralmente, o Rafa ou o Eduardo trazem um riff pequeno, de cinco segundos, e a partir disso a gente vai construindo no estúdio. A gente não sabe pra onde aquilo vai. Às vezes você tem tantos caminhos disponíveis que cada um quer ir pra um caminho. Logo depois do EP, a gente teve um hiato de composição de quase seis meses porque a gente não consegui se entender.

E se é tão complicado compôr, como vocês sabem que uma música está pronta?

Quando começa a cansar. Aí termina.

Como nasceu o conceito do modeHuman?

Esse conceito do disco ele foi feito no estúdio. Quando a gente tava gravando, surgiu a música que dá nome ao disco, “modeHuman Pt 1”. E a gente achou que ela tinha a letra mais diferente. Todas as músicas falam sobre relações humanas em aspectos diferentes. Aí a gente tava lá no estúdio conversando e pensamos que o disco, na verdade, por ter essas várias interpretações, seria como se fosse umas instruções pra esse robô. No caso, é uma robô mulher. Uma robôa (risos). Foi uma forma de ligar a música [“modeHuman Pt 1”] com o resto do disco. Aí entra a questão do som da gente, porque tem horas que tem os tempos bem matematicamente quebrados, tem horas que é um caos, que não segue uma métrica, também tem a coisa do eletrônico com as guitarras pesadas.

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11/07/2014

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