Apresentando Leandro Joaquim

13/06/2013

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Lidy Araujo

Por: Lidy Araujo

Fotos:

13/06/2013

Para quem tinha o costume de ir em shows no Rio de Janeiro nos últimos 10 anos, provavelmente vai ter um deja vu ao reparar nas fotos deste rapaz de 37, muita barba e cabelo, vindo de Ribeirão Preto, (SP), que colaborou por mais de 20 numa trupe de músicos da pesada. Como trompetista, Leandro Joaquim acompanhou Elba Ramalho, Marcos Valle, Cidade Negra, João Donato, Hyldon, Baia, Carlos Dafé, o mestre Jards Macalé, entre outros. Toca black exploitation no Paraphernalia, afrobeat na Abayomy Afrobeat Orquestra, sambarock no Clube do Esquema e Jazz com a Monte Alegre Hot Jazz Band.

Sangue bom, Leandro fez vários amigos, colaborou e colabora com uma tuia deles, mas resolveu colocar o seu som na estrada e, contando com apoio e a musicalidade desses amigos, tomou coragem e está finalizando seu “SambAfreak”, que conta com a produção de Ricardo Dias Gomes, baixista, pianista e membro das bandas Do Amor e Cê. Tive a sorte de escutar algumas das músicas que estão recebendo o polimento final para cair no mundo. Achei muito bom e gostaria de apresentar Leandro Joaquim para os noizianos.

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Por que só agora, com quase 25 anos de carreira, o voo solo?

Minha trajetória na música sempre foi repleta de amigos, nos diversos grupos com os quais me envolvi nesse tempo. Isso traz muita informação e transformação na tua música, no teu processo pessoal de maturação. E em meio a essa profusão de idéias coletivas, aprendemos a absorver e doar nossa arte em função desse coletivo. Esse álbum é a síntese do que aprendi com cada um desses amigos nessa mesma estrada. Boto nele as influências que cada um deles me trouxe, uso nele, todas as transformações que essa convivência me causou.

Como foi sua relação com os músicos que você acompanhou? Você chegou a colaborar nas composições/produção das músicas?

No caso dos artistas de projeção nacional, como o Cidade e a Elba, aprende-se muito, pois a cobrança é grande e suas habilidades estão à prova o tempo todo. O músico executante precisa estar tão vivo dentro de você quanto o artista que cria e compõe suas próprias músicas. Já o processo de criação de cada uma das bandas te deixa livre, te abre espaço, te faz mais ativo nas composições e nos arranjos que pintam. A banda autoral é o verdadeiro celeiro, canteiro de obras, criadouro dos novos artistas no mundo de hoje!

Leandro Bonfim com o Cidade Negra

Leandro Joaquim com o Cidade Negra

O que seria “SambAfreak”?

Posso dizer que “SambAfreak” é o resultado do tanto que já ouvi e toquei música brasileira, associado ao tanto que gosto e consumo do Miles, de rock e de reggae, afrobeat, blues, funk. “SambAfreak” fala do Brasil, fala da África no Brasil, tudo sob meu ângulo freak de ver, pensar, compor e tocar. É exatamente essa mistura, é o rio, é a maneira com a qual se lida com a vida por aqui. E como o mundo olha pra cá.

Este disco está sendo produzido por Ricardo Dias Gomes, da banda Do Amor e Cê. Como vocês se conheceram e como está funcionando esta parceria?

O Ricardinho era um dos produtores da primeira gravação da qual participei no Rio em 2004, no disco de Jonas Sá. Depois disso fizemos juntos o disco do Lucas Santtana, “Three Sessions in a Green House” (me lembro que pirei no som do baixo e na onda dub que ele estava botando ali). Depois veio o Brasov, banda dele. E num desses camarins de um show do brasov, tive a onda… Claro! Nossas ideias sempre se conectaram desde as primeiras audições das 14 pré-produções, que fiz no Garage Band do meu iPhon, e e das referências pra cada música. As idéias apareceram junto com o jeito de gravar, quem convidar, como tocar.

Leandro Joaquim com Tonny Allen  BNegão

Leandro Joaquim com Tonny Allen e BNegão

Quem mais está colaborando com você neste trabalho? O que você pode adiantar neste momento?

Convidamos os caras da banda Cê, Pedro Sá e o Marcelo Calado pra gravar as primeiras bases. A parte roquenrou do disco ficou por conta da pedrada que é o som deles! Convidei a rapaziada do Sobrado 112 (Mauricio Calmon, Victor Gottardi, Claudio Fantinato e o Pedro Dantas) pra gravar uma música minha que tocávamos nos shows do Sobrado. Esta música é um afrobeat chamado “Em Suma, Na Real, De Fato”. Donatinho toca nessa também. O disco ainda terá as participações de Alexandre Garnizé, Alberto Continentino, Rodrigo Munhoz, Stephane Sanjuan, Marco Serragrande, BNegão e pode pintar mais gente no decorrer do processo!

Qual foi a musica que você escolheu para esta coluna? O que você pode falar dela?

Minha preferida: “Tanto Quanto o Encanto”. Trata-se de uma valsa. Foi mágico demais o processo de composição desta música. A gravação ficou simples e bonita. Nessa, Joana atacou de clarineta e o Ricardo destruiu no rhodes!

Por que boa parte dos estúdios de musica são uma bagunça? Arte e organização não funcionam muito bem?

Olha, o nosso por exemplo, o Audio Rebel é uma bagunça! Sacanagem… Os caras trabalham muito sério, o equipo é da pesada, altos mics, preamps e uma linda máquina de fita de duas polegadas. Agora está passando por uma reforma monstra e ainda rola show na sala de gravação.

Você pode contar uma mania dos músicos que você já acompanhou? Jards? Elba? Cidade Negra?

Jards tem uma coleção de bigodes postiços e ele usa!

O que te inspira?

Meus amigos, toda minha família, minha mãe, minha avó, meu pai, meus irmãos e sobrinhos, minha filha Ana Clara, Miles Davis, amar, almejar, conquistar, gargalhar, tocar… O que mais me inspira mesmo é viver e saber que a vida continua quando se morre aqui.

Música é?

Minha maior desculpa para ser feliz todo dia!

Leandro Joaquim com Kassin e Thalma de Freitas

Leandro Joaquim com Kassin e Thalma de Freitas

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13/06/2013

Lidy Araujo é uma grande mulher. Porém, louca.
Lidy Araujo

Lidy Araujo