Optimus Primavera Sound: apostas

17/05/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

17/05/2013

O Primavera Sound é daqueles festivais que você pode comprar o ingresso um ano antes (o que eles realmente disponibilizam) sem se preocupar com o line-up: há sempre a certeza de que eles não vão lhe decepcionar. Depois de ter perdido a chance de ver um dos primeiros shows do retorno do Pavement no festival original em Barcelona, em 2010, tive a felicidade de desfrutar da primeira edição portuguesa do projeto no ano passado. Este ano, de 30 de maio a 2 de junho no Parque da Cidade, praticamente à beira-mar na cidade do Porto, voltarei a este tsunami de música boa, junto a uma cidade indiscutivelmente bonita.

Se colocado em comparação com a maioria quase absoluta dos festivais brasileiros, o Optimus Primavera Sound 2012 foi um deleite do começo ao fim: pontualidade, infraestrutura, beleza natural, boa onda, cuidado para lidar com a tradicional overdose de marcas impostas sobre o público e um cosmopolitismo nem tão hipster assim. E, claro, a curadoria: Rapture, Wilco, M83, Flaming Lips, Spiritualized, The War on Drugs, The xx, Rufus Wainright, Suede, Beach House, Washed Out, Mercury Rev, Walkmen, Yo La Tengo, Afghan Whigs, Dirty Three… E pra completar uma bancada impecavelmente bem feita servindo vinhos do Douro em taças de vidro (pra você devolver depois), em uma “sala” cercada de árvores. Hum, igualzinho ao nosso Brasil!

*

Mas não estamos aqui para desancar a terrinha, afinal ninguém é perfeito. E sim para falar das nossas apostas para a edição 2013 do Optimus Primavera Sound. Não vamos citar todos os nomes, pode ser que falte algum, mas para nós em um primeiro momento é isso…

Hors-Concours

Blur

Vai ser quase por dever de profissão. De certa forma, tem que ver. Se fosse só por eles, o sentimento seria de preguiça: melhor ir pra grama, passear e tomar um vinho de primeira com preço de garrafa de água mineral em festival do Brasil. Torço para que seja animado e minimamente verdadeiro.

Medalhões, Revivals e Desejos realizados

Dead Can Dance

É quase estranho ver estes ícones, positivamente desprovidos de rótulos, na programação. Mas isso traduz o cuidado da curadoria do Primavera em não ficar amarrado a modinhas. Certamente uma influência não confessa de diversas bandas, que se não copiam esta matriz dos anos 80 exploram suas principais vertentes (usemos os clichês-tags “world music”, “etéreo” e “sombrio”). Tem tudo para impressionar os desavisados.

The Breeders performing Last Splash

Não importa que é revival. Não importa se é por grana. Se por um lado prepararam a cama para a invasão e diluição da música “alternativa”, pois estão ali no limite da virada, também estão acima de qualquer crítica. Este mega sucesso improvável dos anos 1990 vai ser tocado na íntegra. Quando ser “cool” não era questão, e quanto a juventude ainda não era uma banda numa propaganda de refrigerantes (credo, Humberto Gessinger era profeta mesmo). Pra ser do contra, vamos com uma que não é deste álbum, e sim do primal “Pod”, produzido pelo Steve Albini:

Dinosaur Jr.

Quando a banda faz parte da sua vida, não importa quantos micos ou discos irregulares existam no caminho. Se tocarem uma do “You’re Living All Over Me” e uma do “Green Mind”, tá bom. É como ir visitar algo que você gosta muito num museu, e não no lugar onde a obra foi feita. Se isso não é mau para uma pintura ou escultura, porque haveria de ser para a música?

Nick Cave & The Bad Seeds

O clichê do vinho se confirma aqui. ‘Push the Sky Away’ é um disco incrível, que revigora a carreira do grupo com suas melodias circulares, tensas e intensas. Ao mesmo tempo, um disco relativamente fácil de ouvir – ou seja um pacote completo. Eis o homem e o show que me tiraram do punk e do metal como referências de algo “diferente” na música pop-rock: 1990 ou 91, na Usina do Gasômetro em Porto Alegre, e este australiano doente em transe num palco vagabundo ao ar livre. Inesquecível, como espero que também seja este.

Alta expectativa

Deerhunter

Representantes genuínos de uma vertente schizo-psycho-low fi vinda diretamente dos 1990, os Deerhunter acabam de lançar um disco novo que é menos deprê do que seus discos mais característicos (Microcastle, Weird Era Continued) e definitivamente mais caótico do que o anterior, o “pop” Halcyon Digest. É como se eles tivessem reunido suas aventuras anteriores em uma embalagem selada pelo Captain Beefheart. O show do Atlas Sound (projetosolo do Bradford Cox, “líder” dos Deerhunter) no Optimus Primavera Sound do ano passado foi pobrinho, e inadequado para um palco daquele tamanho. Acredito que desta vez será diferente.

Daugh Gibson

A história de que ele era caminhoneiro e suas letras meio perturbadas falando da família causaram impressão. Mas nada disso serviria se seu disco de estreia, lançado com zero de alarde, não tivesse qualidades inatas. Sua voz de crooner e as músicas entre o esparso e o descompromissado o levaram a todo o mundo e a um contrato com a Sub Pop, que lança agora seu disco novo. Seus shows no Primavera com certeza serão uma prova de fogo para ver se ele vai pra frente ou fica pra trás. Guardando as proporções, no ano passado, o War on Drugs foi para a frente com louvor. E Neon Indian ficou pra trás. Esta música é do disco novo:

Explosions in the Sky

Pegue Mogwai e Godspeed You Black Emperor e ponha uma dose de… Classe. Vai ser um daqueles shows pra sair zonzo, tanto o cérebro quanto os ouvidos. Microfonia e sonho.

The Glockenwise

Uma banda que… Smells like teen spirit. Todo mundo que gosta de um punk ’77 e que se emociona com coisas como Superguidis (no sentido de que dá pra perceber quase que fisicamente que há uma mistura de talento, naïf e espontaneidade juvenil que… nunca mais volta do mesmo jeito) deve ouvir. Vai ser aquele momento para pegar uma cerveja e não um vinho e se perder no pula-pula.

Grizzly Bear

Beach Boys para o século 21? Certamente um dos shows mais esperados, e onde o Primavera servirá como um breakthrough definitivo. Arrogantes para alguns ouvidos, intelectuais para outros, interessa saber que o talento é absolutamente inegável, até por já terem ultrapassado os clássicos traumas do primeiro e segundo discos.

Liars

Uma banda surpreendente e elegante. Um show pra assistir com a mente e com o corpo.

The Sea and Cake

Post-rock antes de post-rock ter este nome.

Shellac

Steve Albini (:

_Alisson Avila: Journalist. Researcher. Design Thinking developer. Strategic Planner. Project Manager. Marcom & PR specialist. Writer. Curator. Film & Visual Arts promoter. Music Lover. Information addict. Husband. Father. Camper. http://about.me/alisson.avila

17/05/2013

Revista NOIZE

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