RESENHA | Novo álbum embala mais um show do Franz Ferdinand em SP

02/10/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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02/10/2014

O Franz Ferdinand é habitué em São Paulo – faz três anos consecutivos que a banda toca por aqui e já contemplou a capital paulista muitas outras vezes num total de sete turnês no Brasil. Tomara que o ritmo continue assim. Falo por mim e por todos aqueles que foram até o Espaço das Américas na última noite para curtir o som de Alex Kapranos (vocal, guitarra), Nick McCarthy (guitarra, teclado e vocal de apoio), Bob Hardy (baixo) e Paul Thomson (bateria, percussão, vocal de apoio). Se mesmo sem repertório novo os quatro costumam garantir shows de primeira, dessa vez vieram apresentar o último álbum, Right Thoughts, Right Words, Right Action, lançado em agosto do ano passado pela Domino após um hiato de quatro anos. E foi fino.

A música de trabalho, “Right Action”, deu a largada na noite, numa batida que parece sintetizar o estilo do grupo desde sua origem, no começo dos anos 2000 – soa como Franz Ferdinand. Os escoceses tiveram reforço: “But how can we leave you/ To a Saturday night or a Sunday morning/ Good morning” o público, já familiarizado com o repertório, ajudou a cantar, enquanto começava a esquentar o corpo – porque FF é música para dançar. “No you Girls” e “Tell Her Tonight”, hits sempre bem recebidos, assentaram o terreno para “Evil Eye”, meio filme de terror, meio funky, talvez o som que mais mostre o dedo dos produtores Alexis Taylor e Joe Goddard, do Hot Chip, e Todd Terje em Right Words. Na sequência, “The Dark of the Matinée” fez lembrar por que o primeiro álbum da banda (homônimo) é indispensável, e “Do You Want To” botou a galera para pular. “You’re feeling good tonight?”, perguntou Alex, enquanto Nick deslizava de um extremo do palco ao outro. Yes! We are so lucky.

*

Alex Kapranos tira um efeito meio megafone de algum pedal, The Fallen puxa o coro “La la la la la la la la…” e a festa continua. Veio “Lucid Dreams”, com sonhos geométricos animados no fundo do palco e cenas do show em p&b nos sedutores telões laterais. Teve lado b: Alex foi para a programação, Nick assumiu o vocal (em alemão) e Erdbeer Mund marcou um momento synth. Na sequência rolou Michael, e então veio Walk Away, que para os nostálgicos provavelmente evocou alguma fase muito boa na vida dos; no caso daqueles com 20 e muitos anos, de repente a melhor. “Stand on The Horizon”, quarta faixa do último disco, foi a seguinte, deixando claro que a vida é boa agora – e que Björn Yttling (do Peter Bjorn And John fame) também assina a nova produção.

Pedindo mãos para cima, Alex cantou “Can’t Stop Feeling” e chamou a fase final do show, com direito a inundação vermelha no palco e excitação em “Auf Achse”. “You see her, you can’t touch her/ You hear her, you can’t hold her/ You want her, you can’t have her/ You want to, but she won’t let you… Look what you’ve done.” É bom que o Franz Ferdinand esteja na estrada. “Brief Encounters”, na falta de definição melhor, um som gentil, pra se balançar e se deixar levar, foi a escolha certa pra suceder as explosões de “Take Me Out”, e depois rolaram “Ulysses”, “Love Illumination” – amostra animada do rock dançante by FF – “Outsiders” e o já clássico encerramento com os quatro músicos reunidos no centro do palco batendo nos pratos da bateria de Paul. “Jacqueline”, os últimos desejos de “Goodbye Lovers & Friends” e “This Fire”, dedicada à banda de abertura, a goiana Boogarins, completaram o bis.

No balanço da noite, o Franz Ferdinand confirmou a força de Right Thoughts, Right Words, Right Action, um ótimo disco que aproxima a banda de suas origens, e fez aquele passeio infalível e conhecido por sua carreira de sucesso, consolidada com talento, competência e personalidade. Mesmo depois de dez anos juntos, eles trocam os vocais, experimentam, sobem em cima dos amplis, dançam, agradecem num português cada vez mais natural e parecem se divertir. Talvez seja por isso que o Franz Ferdinand tenha um público fiel no Brasil, que justifica tantas vindas da banda ao país. Mesmo sem grandes novidade, os shows são sempre energéticos, e quem assiste também sempre se diverte, pula, sua, canta. Do jeito que um show de rock deve ser, do jeito que a gente gosta. Ótimo show, baita banda. FF, se tudo correr bem, nos vemos no ano que vem.

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02/10/2014

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