Aos 89 anos, Alaíde Costa emociona com “Uma Estrela para Dalva”, seu novo álbum


Por:

Vitória Prates

Fotos: Divulgação/Murilo Alvesso

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Classe e canto se encontram em Uma Estrela para Dalva (2025), novo álbum de Alaíde Costa. A produção é ainda mais especial, porque se trata de uma homenagem a Dalva de Oliveira. Não é apenas um disco, mas um resgate ao legado da “Rainha da Voz”.

Referência na indústria musical dos anos 30 a 60, Dalva de Oliveira integrou o “Trio de Ouro”, ao lado do compositor Herivelto Martins e do cantor Nilo Chagas. Sua performance ultrapassou barreiras, apresentando-se, inclusive, na coroação da Rainha Elizabeth II.

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Divulgação/Arquivo Nacional

A Bossa Nova resiste na voz de Alaíde Costa. O tributo a Dalva de Oliveira contou com outros artistas na colaboração, como Maria Bethânia em “Ave Maria no Morro”, que também recebeu o som do violino de João Camarero.

Nessa celebração, também participaram Guinga, na faixa “Bom Dia”, Antonio Adolfo em “Errei Sim”, José Miguel Wisnik em uma nova leitura para “Mentira de Amor”, e muitos outros músicos consagrados ajudaram a dar um toque contemporâneo aos clássicos imortalizados de Dalva.

O disco é um sonho antigo da artista. Em entrevista à Noize, Alaíde conta sobre reconhecimento, detalhes de como foi estruturado o repertório do álbum, músicos da nova geração e outras cantoras que gostaria de homenagear.

Seu álbum Uma estrela para Dalva (2025), é um tributo a Dalva de Oliveira, conhecida como “Rainha da Voz”. Por que você a escolheu para essa homenagem? O que você mais gosta no trabalho da Dalva?

Há muitos anos atrás, eu pensei: “Um dia, vou fazer um repertório só de Dalva de Oliveira” E, coincidentemente, na época, o Hermínio Bello de Carvalho me fez essa mesma proposta. Mas, o tempo foi passando e isso não foi para frente.

Só agora que eu consegui. O que me chama mais atenção na Dalva é que, embora ela tenha uma extensão de voz muito diferente da minha, ela passa muita emoção na performance. Eu aprendi muito com ela. Sou muito fã dela, por isso decidi fazer essa homenagem.

O Uma estrela para Dalva (2025) resgata esse legado sob um olhar contemporâneo. Como foi o pontapé inicial do disco?

Eu pensei muito no que gravar para o álbum. Evitei as músicas que foram grandes sucesso e as que mais marcaram a carreira da Dalva. Escolhi deixar para lá e procurar um lado menos conhecido dela.

Como vocês montaram o repertório do disco? Como se deu a escolha das músicas que iam entram no álbum?

Eu que fiz a escolha das músicas que entraram no álbum. Falei com o produtor, o Thiago Marques Luiz, que gostaria de gravar as seguintes músicas e ele concordou.

Qual sua música preferida da Dalva de Oliveira?

Eu gosto muito de todas elas. Mas eu adoro “Mentira de Amor”.

Sua interpretação é algo que sempre impressiona. Algo profundo, mas muito delicado, que se reflete em Uma estrela para Dalva (2025). Como você se conecta com uma canção, antes de cantá-la?

Antes de cantar, eu olho a letra e a melodia e procuro passar para o público o que o letrista quer dizer com aquilo. Tem gente que pega a letra e canta, sem pensar no significado. Eu gosto de analisar, pensar bem e passar a emoção com as palavras de outra pessoa.

Para você, qual faixa é o coração do álbum?

Ah, não sei. Eu gosto de tudo, é uma pergunta delicada para responder, são muitos músicos maravilhosos no álbum inteiro.

Uma estrela para Dalva (2025) é repleto de parcerias, com grandes nomes da música brasileira. Como foi realizar esse projeto de mãos dadas com tantos artistas? Como você se enxerga na nova geração de artistas?

As parcerias foram ideia do produtor, o Thiago Marques Luiz. Ele me sugeriu artistas para convidar e todos abraçaram a ideia. Eu fiquei muito feliz por saber que eu sou tão querida por eles.

Além da Dalva de Oliveira, qual outra artista você gostaria de homenagear com um repertório único?

Ângela Maria. Do meu jeito. Eu gostaria de procurar o lado menos conhecido dela, o repertório da Dalva eu já sabia inteiro, da Ângela preciso estudar, mas tem muita coisa que já está na minha cabeça sobre isso.

Lançar a Uma estrela para Dalva (2025) neste ano vai apresentar Dalva de Oliveira para as novas gerações. Por que o mundo precisa conhecer o trabalho de Dalva de Oliveira?

O Brasil tem a mania de esquecimento. Dalva de Oliveira foi uma grande artista, uma grande cantora, e que ficou no esquecimento, muita gente não sabe quem ela foi, até pessoas das gerações passadas, não sabem quem foi Dalva de Oliveira. É complicado. Então é importante resgatar os grandes artistas e a memória, desses que caíram no esquecimento.

Trazendo um pouco da sua trajetória. Olhando para o passado, qual é a sensação de continuar no palco? O que você ainda quer apresentar?

Eu estou muito feliz por estar, finalmente, recebendo reconhecimento. Eu esperei 70 anos por isso. É uma sensação muito agradável, ser reconhecida.

Você acompanha os novos artistas? Como você se sente sendo redescoberta pela nova geração?

Acompanho alguns. Gosto muito do Ayrton Montarroyos, Zé Manuel, e, tem o Marcelo Mané, que ainda não está no circuito, mas vou dar um jeito de colocá-lo.

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Vitória Prates

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