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Hoje é dia de comemorar os 70 anos que completaria uma das melhores cantoras do Brasil de todos os tempos. De Porto Alegre ao mundo, Elis Regina desenvolveu-se não só como a intérprete à qual todos queriam escrever, mas também como a mulher com consciência de classe que não tinha papas na língua para apontar as hipocrisias de seu país.

Elis era entrega total. Composições de Belchior, João Bosco, Aldir Blanc, Adoniran Barbosa e tantos outros ganharam vida pela voz da cantora e talvez você nunca ouvisse falar de Tim Maia, Milton Nascimento e Gilberto Gil se não fosse por ela. As homenagens à artista neste 17 de março são muitas, mas nunca serão o bastante. Hoje, é lançada em todo Brasil a biografia "Elis Regina - Nada Será Como Antes", escrita por Julio Maria, repórter do jornal O Estado de S. Paulo. A ideia inicial era que fosse apenas um livro em homenagem a Elis. Mas, já nas primeiras entrevistas, Julio Maria percebeu que "muito da história da maior cantora do País ainda não havia sido contada", conta ele, e sugeriu que o livro se tornasse uma biografia.

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Quando Elis morreu, em 19 de janeiro de 1982, Julio Maria tinha apenas 9 anos. "Creio que o olhar descontaminado de paixões ou de ódios ajude a traçar um perfil maus humano e menos divino", comenta o autor da biografia. Foram cerca de 125 entrevistados, entre fontes nunca antes procuradas para falar sobre a cantora e músicos que trabalharam com ela. O fato das conversas terem sido feitas em grande parte ao vivo ajudou o repórter a transmitir para o livro as emoções dos amigos próximos da artista.
<blockquote>Elis era de uma verdade absurda, cantava o que vivia, e jamais se encaixaria em uma biografia que separasse sua "vida pessoal" de sua "vida profissional". Ela ultrapassava esses limites e se entregava com uma interpretação violenta, indo a lugares dos quais não sabia se conseguiria voltar.</blockquote>
A família é sempre algo muito delicado quando trata-se de escrever a história de um artista, mas o repórter conta que foi "agraciado por ter contado com a ajuda irrestrita dos herdeiros". João, Pedro e Maria Rita não fizeram nenhuma exigência ou restrição à publicação. "Um ponto crucial de bastidores na era em que armam um ringue para colocar de um lado o biógrafo e de outro a família do biografado. Foi difícil esperar que o telefone tocasse para saber qual a impressão dos filhos depois de lerem o livro. Pensei muito que iriam barrar, sobretudo pelos momentos duros e mais pesados. Eles entenderam que tudo deveria ser contado sem interferências familiares", aponta Julio Maria.

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O autor também foi em busca de matérias em jornais antigos e documentos relacionados à Elis. Um deles, essencial para a compreensão do trágico fim da intérprete, é o inquérito policial aberto alguns dias depois de sua morte. Julio comenta que este documento "estava praticamente perdido nos arquivos do Tribunal de Justiça de São Paulo". A biografia também apresenta diversas cartas, "como uma comovente que Elis escreveu ao filho João Marcelo Bôscoli quando ele tinha um ano e que ele nunca havia lido, até o livro ser feito".

A Elis que Julio Maria foi descobrindo (e ainda está) era muito mais do que ele imaginava. "Gravou discos ainda em Porto Alegre e, a partir daí, foi jogada em um tanque de tubarões. Ninguém imaginava o quanto ela sofria com a disputa em torno de seu nome e o quanto essa violência seria refletida em sua personalidade. A insegurança de Elis, que por incrível que pareça, existia, tinha suas explicações", fala o autor sobre as descobertas que fez. A biografia "Elis Regina - Nada Será Como Antes" está disponível nas livrarias por cerca de R$ 49,90.

Além do livro, hoje aconteceu o lançamento do <a href="http://www.elisregina.com.br/" target="_blank">site oficial de Elis Regina</a>, com um acervo imenso que reúne discos, fotos, matérias em jornais antigos, vídeos, depoimentos inéditos e muito mais. Também em homenagem à ela, nos dias 23 e 24 de maio será apresentado no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, o espetáculo "Elis, 70 Anos", com a apresentação de diversos compositores que fizeram parte da sua trajetória.

Hoje é dia de comemorar os 70 anos que completaria uma das melhores cantoras do Brasil de todos os tempos. De Porto Alegre ao mundo, Elis Regina desenvolveu-se não só como a intérprete à qual todos queriam escrever, mas também como a mulher com consciência de classe que não tinha papas na língua para apontar as hipocrisias de seu país.
Elis era entrega total. Composições de Belchior, João Bosco, Aldir Blanc, Adoniran Barbosa e tantos outros ganharam vida pela voz da cantora e talvez você nunca ouvisse falar de Tim Maia, Milton Nascimento e Gilberto Gil se não fosse por ela. As homenagens à artista neste 17 de março são muitas, mas nunca serão o bastante. Hoje, é lançada em todo Brasil a biografia &#8220;Elis Regina &#8211; Nada Será Como Antes&#8220;, escrita por Julio Maria, repórter do jornal O Estado de S. Paulo. A ideia inicial era que fosse apenas um livro em homenagem a Elis. Mas, já nas primeiras entrevistas, Julio Maria percebeu que &#8220;muito da história da maior cantora do País ainda não havia sido contada&#8221;, conta ele, e sugeriu que o livro se tornasse uma biografia.<div id="videoAd">*</div> <script type="text/javascript">var t = "//des.smartclip.net/ads?type=dyn&plc=90854&sz=400x320&elementId=videoAd";t += "&ref=" + encodeURIComponent(window.top.document.URL);t += "&rnd=" + Math.round(Math.random()*1e8);var s = document.createElement("script");s.type = "text/javascript";s.src = t;document.body.appendChild(s);</script>
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Quando Elis morreu, em 19 de janeiro de 1982, Julio Maria tinha apenas 9 anos. &#8220;Creio que o olhar descontaminado de paixões ou de ódios ajude a traçar um perfil maus humano e menos divino&#8221;, comenta o autor da biografia. Foram cerca de 125 entrevistados, entre fontes nunca antes procuradas para falar sobre a cantora e músicos que trabalharam com ela. O fato das conversas terem sido feitas em grande parte ao vivo ajudou o repórter a transmitir para o livro as emoções dos amigos próximos da artista.
<blockquote>Elis era de uma verdade absurda, cantava o que vivia, e jamais se encaixaria em uma biografia que separasse sua &#8220;vida pessoal&#8221; de sua &#8220;vida profissional&#8221;. Ela ultrapassava esses limites e se entregava com uma interpretação violenta, indo a lugares dos quais não sabia se conseguiria voltar.</blockquote>
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O autor também foi em busca de matérias em jornais antigos e documentos relacionados à Elis. Um deles, essencial para a compreensão do trágico fim da intérprete, é o inquérito policial aberto alguns dias depois de sua morte. Julio comenta que este documento &#8220;estava praticamente perdido nos arquivos do Tribunal de Justiça de São Paulo&#8221;. A biografia também apresenta diversas cartas, &#8220;como uma comovente que Elis escreveu ao filho João Marcelo Bôscoli quando ele tinha um ano e que ele nunca havia lido, até o livro ser feito&#8221;.
A Elis que Julio Maria foi descobrindo (e ainda está) era muito mais do que ele imaginava. &#8220;Gravou discos ainda em Porto Alegre e, a partir daí, foi jogada em um tanque de tubarões. Ninguém imaginava o quanto ela sofria com a disputa em torno de seu nome e o quanto essa violência seria refletida em sua personalidade. A insegurança de Elis, que por incrível que pareça, existia, tinha suas explicações&#8221;, fala o autor sobre as descobertas que fez. A biografia &#8220;Elis Regina &#8211; Nada Será Como Antes&#8221; está disponível nas livrarias por cerca de R$ 49,90.
Além do livro, hoje aconteceu o lançamento do <a href="http://www.elisregina.com.br/" target="_blank">site oficial de Elis Regina</a>, com um acervo imenso que reúne discos, fotos, matérias em jornais antigos, vídeos, depoimentos inéditos e muito mais. Também em homenagem à ela, nos dias 23 e 24 de maio será apresentado no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, o espetáculo &#8220;Elis, 70 Anos&#8221;, com a apresentação de diversos compositores que fizeram parte da sua trajetória.

Hoje é dia de comemorar os 70 anos que completaria uma das melhores cantoras do Brasil de todos os tempos. De Porto Alegre ao mundo, Elis Regina desenvolveu-se não só como a intérprete à qual todos queriam escrever, mas também como a mulher com consciência de classe que não tinha papas na língua para apontar [&hellip;]

70 anos de Elis Regina | O autor da biografia “Nada Será Como Antes” fala sobre a intérprete

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