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_pra ler ouvindo: "Maluco Beleza" 
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Raul Seixas é o nome mais pedido em rodas de violão – sobretudo após a décima caixa de cerveja ou o quinto litro de vinho. 

Raul caiu no álcool, perdeu o pâncreas, entrou pra Ordem do Templo do Oriente, teve crises de hepatite, entrou em depressão e se afundou nas drogas. Não exatamente nessa ordem.

A história
Desde pequeno, Raul Seixas se preocupava com a certeza de ser louco. Passou três anos na primeira série. Gostava de canções cubanas, de baião. Com 12, 13 anos fazia shows no interior da Bahia em que se jogava no chão imitando Little Richard.

A carreira
Foi a primeira pessoa a usar jaqueta de couro e topete na Bahia. Misturou Elvis com Luiz Gonzaga. Oscilou entre sucessos e períodos críticos, regados a álcool e drogas. 

Há três anos de sua morte, Marcelo Nova, líder da banda Camisa de Vênus, levou Raul pra fazer shows novamente. Mas o cara tava tão frágil fisicamente que só pode fazer metade dos shows. Nem por isso deixou de ser reverenciado pelo público. 

Hoje, mais de duas décadas após sua morte, tem admiradores na galeria do rock, na lista dos mais ricos, nos abrigos de mendigos e nas lojas de vinis raros no Japão. E é um dos artistas que mais vendem no país, cerca de 300 mil cópias por ano.

Conquistas
Em 1974, Raul se juntou a Paulo Coelho, um bruxo inglês que se autointitulava a Besta 666. Entraram para a Ordem do Templo do Oriente, uma seita cujo principal conselho era justamente: “Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei”.

Os cabelos revoltos, o colete sem camisa, o cigarrinho de artixta [sic] e os panfletos distribuídos nos shows geraram desconfiança dos milicos. Raul Seixas e Paulo Coelho foram presos e torturados, “literalmente, foi choque no saco”, resumiu Raul muitos anos depois.

Eles foram liberados após jurar de pé junto que não tinham pacto com ninguém além do diabo. E foram exilados em Nova York. 

Raul deu no pé, desapareceu. Foi cantar country music nas calçadas e passar o chapéu em busca de uns trocados.

Na volta, na crista da onda, foi terminantemente proibido de falar sobre o assunto, apesar de ser considerado apenas “subversivo”, e não perigoso. Um tempinho depois, no meio de um show, ele – cuja música “Rock das Aranhas” havia sido censuradíssima – esqueceu as recomendações.

A explicação
Na década de 80, Raul Seixas foi preso em um show em São Paulo pois o delegado alegou que ele era uma farsa, de tão bêbado que estava.

“De madugada me ligou um delegado dizendo que um impostor tinha tomado o lugar do Raul. E eu dizia que não, que era o Raul, e o delegado dizia ‘mas ele nem sabe onde nasceu o Chacrinha, se fosse artista mesmo ia saber’’, revelou sua ex-mulher, Kika Seixas.


Toda semana, adicionamos mais um nome à nossa lista de músicos sem noção.
No final do ano, você vai escolher o grande #1.

Vá se esforçando, quem sabe dá tempo de você entrar aqui.

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A história 
Desde pequeno, Raul Seixas se preocupava com a certeza de ser louco. Passou três anos na primeira série. Gostava de canções cubanas, de baião. Com 12, 13 anos fazia shows no interior da Bahia em que se jogava no chão imitando Little Richard.
A carreira 
Foi a primeira pessoa a usar jaqueta de couro e topete na Bahia. Misturou Elvis com Luiz Gonzaga. Oscilou entre sucessos e períodos críticos, regados a álcool e drogas. 
Há três anos de sua morte, Marcelo Nova, líder da banda Camisa de Vênus, levou Raul pra fazer shows novamente. Mas o cara tava tão frágil fisicamente que só pode fazer metade dos shows. Nem por isso deixou de ser reverenciado pelo público. 
Hoje, mais de duas décadas após sua morte, tem admiradores na galeria do rock, na lista dos mais ricos, nos abrigos de mendigos e nas lojas de vinis raros no Japão. E é um dos artistas que mais vendem no país, cerca de 300 mil cópias por ano.
Conquistas 
Em 1974, Raul se juntou a Paulo Coelho, um bruxo inglês que se autointitulava a Besta 666. Entraram para a Ordem do Templo do Oriente, uma seita cujo principal conselho era justamente: “Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei”.
Os cabelos revoltos, o colete sem camisa, o cigarrinho de artixta [sic] e os panfletos distribuídos nos shows geraram desconfiança dos milicos. Raul Seixas e Paulo Coelho foram presos e torturados, “literalmente, foi choque no saco”, resumiu Raul muitos anos depois.
Eles foram liberados após jurar de pé junto que não tinham pacto com ninguém além do diabo. E foram exilados em Nova York. 
Raul deu no pé, desapareceu. Foi cantar country music nas calçadas e passar o chapéu em busca de uns trocados.
Na volta, na crista da onda, foi terminantemente proibido de falar sobre o assunto, apesar de ser considerado apenas “subversivo”, e não perigoso. Um tempinho depois, no meio de um show, ele – cuja música “Rock das Aranhas” havia sido censuradíssima – esqueceu as recomendações.
A explicação 
Na década de 80, Raul Seixas foi preso em um show em São Paulo pois o delegado alegou que ele era uma farsa, de tão bêbado que estava.
“De madugada me ligou um delegado dizendo que um impostor tinha tomado o lugar do Raul. E eu dizia que não, que era o Raul, e o delegado dizia ‘mas ele nem sabe onde nasceu o Chacrinha, se fosse artista mesmo ia saber’’, revelou sua ex-mulher, Kika Seixas.
Toda semana, adicionamos mais um nome à nossa lista de músicos sem noção. 
No final do ano, você vai escolher o grande #1.
Vá se esforçando, quem sabe dá tempo de você entrar aqui.

_pra ler ouvindo: "Maluco Beleza" (Raul Seixas) Maluco Beleza by Raul Seixas on Grooveshark* Raul Seixas é o nome mais pedido em rodas de violão – sobretudo após a décima caixa de cerveja ou o quinto litro de vinho. Raul caiu no álcool, perdeu o pâncreas, entrou pra Ordem do Templo do Oriente, teve crises [&hellip;]

Os 40 músicos mais sem noção | Raul Seixas

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