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core/freeform

Verão brasileiro é garantia calor durante o dia e noites igualmente quentes. E é mais ou menos desde sempre que sabemos que no mês de fevereiro tem carnaval, como nos ensinou Jorge Ben Jor. Talvez, aproveitando 
a brecha do começo deste ano ter se espichado com um Carnaval no mês de março, fevereiro abriu uma exceção para receber o rock’n’roll. Pelo menos, foi essa a façanha que Courtney Barnett conseguiu realizar nos dias 21, em São Paulo, e 22, em Porto Alegre, através do Popload Gig. 

No show que rolou em Porto Alegre, ao entrar no Bar Opinião, um palco com iluminação vermelha e luzinhas de natal brancas espalhadas pela estrutura já davam o tom do universo intimista, reflexivo e acolhedor das composições de Tell Me How You Really Feel (2018), disco que originou a turnê com a qual a cantora e guitarrista fez sua segunda visita ao Brasil, três anos depois da sua estreia em terras tupiniquins. 

A dois minutos do show começar, já se via a pista cheia de rostos avermelhados pelos holofotes. Plateia reunida para conferir a performance da australiana de 31 anos que fez sua levada rock’n’roll ser comemorada como um grande sopro de novidade da cena de atual do gênero, além de posicioná-la como uma super referência de artista mulher e assumidamente lésbica com um domínio absurdo da guitarra e uma discografia celebrada. Sometimes I Sit and Think, Sometimes I Just Sit (2015) e Tell Me How You Really Feel fixaram seu nome nas listas de melhores artistas da atualidade e melhores discos. 


[caption id="attachment_122143" align="alignnone" width="600"]<img src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb.jpg" alt="" width="600" height="400" class="size-full wp-image-122143" /> Foto: Ariel Fagundes[/caption]

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Depois de sentar, pensar e escutar a si mesma e aos outros sobre como eles realmente estavam, às 21h01min, os primeiros riffles de guitarra foram ouvidos, rompendo pelos amplificadores. Os pedestais e a bateria foram ganhando a companhia de Courtney e seus músicos: o baterista Dave Mudie o baixista Bones Solane, que foram devidamente recepcionados pela vibração, gritos e afetos do público com frases de “We Love You”. Courtney, com o básico combo “blusa branca, calça preta”, chegou tímida como sempre, já se curvando para acomodar a guitarra e abrir a noite com a faixa “Hopefulessness”. 

É visível a ligação de Courtney com a guitarra. É como se o instrumento fosse sua armadura: com ela junto do corpo, a artista se transforma. Toda a extroversão contida passa dos dedos para as cordas. Courtney se comunica através dos acordes e distorções que embasam sua voz e suas composições. Logo depois da primeira faixa executada, mais gritos empolgados e uma das algumas trocas de guitarra que rolaram durante o show. 


[caption id="attachment_122150" align="alignnone" width="600"]<img src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb8.jpg" alt="" width="600" height="899" class="size-full wp-image-122150" /> Foto: Ariel Fagundes[/caption]





Ainda sob as mesmas luzes vermelhas, ela já deixa escapar sorrisos e emenda para outra canção do álbum mais recente com “City Looks Pretty”. A cada solo de guitarra, o público era absorvido e reagia com mais entusiasmo quase encobrindo o “thanks” da cantora. Com a plateia já aquecida, foi a vez de “Avant Gardener”, do EP How To Cave a Carrot Into A Rose (2013), com coro reforçado dos fãs. Aí, Courtney conversou rapidamente pela primeira vez com o público, fazendo questão de mostrar ao que veio com um “Olá, sou Courtney e hoje vamos cantar e tocar algumas músicas para vocês”. 

Com “Need a Little Time”, um pouco mais suave, já sabíamos que a cantora não tinha tempo a perder. Cada faixa vinha na sequência uma da outra, com pausas quase partituradas entre música - grito do público - goles de algo que parecia ser chá - mais uma música. Às vezes um “obrigada”, em português mesmo, incrementava a modus operandi. 

Entre as levadinhas de “Nameless, Faceless”, “Small Poppeis” - primeira no set de Sometimes I Sit and Think, Sometimes I Just Sit-, ela se soltava guiada pela guitarra. Com sorrisos cada vez mais abertos, ela rodopiava pelo palco, deixava o corpo como um pêndulo que se movia pelo peso da guitarra pra frente e pra trás; subia na plataforma do baixista e se aproximava da galera, sempre com as mãos ágeis entre as cordas da guitarra. A parte intimista, com levadas mais calmas, veio com “Depreston”, com um climinha todo especial com o público cantando junto, gentileza recebida com os afetuosos sorrisos e balançadas de franjinha de Courtney. Em sequência vieram “Are You Looking After Yourself", “Sunday Roast” e “Lance Jr”, antecipada por um “Vamos cantar?” em português da cantora. O ambiente foi ficando cada vez mais acolhedor, em sintonia com banda e artista; uma atmosfera de intimidade na qual todos se sentiam no universo da cantora, embalados pela faixa “Charity”. O explosivo hit “Pedestrian at Best” foi a escolhida para fechar um hora de apresentação. 


[caption id="attachment_122149" align="alignnone" width="600"]<img src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb7.jpg" alt="" width="600" height="400" class="size-full wp-image-122149" /> Foto: Ariel Fagundes[/caption]

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[caption id="attachment_122148" align="alignnone" width="600"]<img src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb6.jpg" alt="" width="600" height="400" class="size-full wp-image-122148" /> Foto: Ariel Fagundes[/caption]





Com um “Thank U”, Courtney e banda deixaram o palco para se aquecer ao som das palmas e aclamações com o nome da cantora até o momento do bis. Sozinha, ela retornou sob uma luz branca para cantar “Let It Go”, composição do disco em parceria com o músico Kurt Vile, “Lotta Sea Lice” (2017). Em silêncio, os fãs apreciaram um dos momentos mais pessoais e emocionais do set. Já acompanhada dos parceiros de palco, foi a vez das derradeiras “Kim’s Caravan” e “History Eraser”, com direito a plateia cantando juntinho do início ao fim. Com uma última erguida na guitarra, ela deu seu acorde final e, seguida de um abano em agradecimento, pôs fim à apresentação. 

O tal rock’n’roll tem a ver com ir direto ao ponto. Courtney consegue ser objetiva, sem abrir mão de uma energia de acolhimento. Tudo isso provando, ao vivo, porque é uma das guitarristas mais celebradas da cena atual. Ao final de tudo isso, se fôssemos reagir ao questionamento do último disco, a resposta sobre como a platéia realmente estava se sentindo só poderia ser positiva. 

[caption id="attachment_122146" align="alignnone" width="600"]<img src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb4.jpg" alt="" width="600" height="400" class="size-full wp-image-122146" /> Foto: Ariel Fagundes[/caption]

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Verão brasileiro é garantia calor durante o dia e noites igualmente quentes. E é mais ou menos desde sempre que sabemos que no mês de fevereiro tem carnaval, como nos ensinou Jorge Ben Jor. Talvez, aproveitando 
a brecha do começo deste ano ter se espichado com um Carnaval no mês de março, fevereiro abriu uma exceção para receber o rock’n’roll. Pelo menos, foi essa a façanha que Courtney Barnett conseguiu realizar nos dias 21, em São Paulo, e 22, em Porto Alegre, através do Popload Gig. 
No show que rolou em Porto Alegre, ao entrar no Bar Opinião, um palco com iluminação vermelha e luzinhas de natal brancas espalhadas pela estrutura já davam o tom do universo intimista, reflexivo e acolhedor das composições de Tell Me How You Really Feel (2018), disco que originou a turnê com a qual a cantora e guitarrista fez sua segunda visita ao Brasil, três anos depois da sua estreia em terras tupiniquins. <div id="videoAd">*</div> <script type="text/javascript">var t = "//des.smartclip.net/ads?type=dyn&plc=90854&sz=400x320&elementId=videoAd";t += "&ref=" + encodeURIComponent(window.top.document.URL);t += "&rnd=" + Math.round(Math.random()*1e8);var s = document.createElement("script");s.type = "text/javascript";s.src = t;document.body.appendChild(s);</script>
A dois minutos do show começar, já se via a pista cheia de rostos avermelhados pelos holofotes. Plateia reunida para conferir a performance da australiana de 31 anos que fez sua levada rock’n’roll ser comemorada como um grande sopro de novidade da cena de atual do gênero, além de posicioná-la como uma super referência de artista mulher e assumidamente lésbica com um domínio absurdo da guitarra e uma discografia celebrada. Sometimes I Sit and Think, Sometimes I Just Sit (2015) e Tell Me How You Really Feel fixaram seu nome nas listas de melhores artistas da atualidade e melhores discos. 
<div id="attachment_122143" style="width: 610px" class="wp-caption alignnone"><img loading="lazy" decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-122143" src="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb.jpg?resize=600%2C400" alt="" class="size-full wp-image-122143" srcset="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb.jpg?w=600&amp;ssl=1 600w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb.jpg?resize=300%2C200&amp;ssl=1 300w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb.jpg?resize=221%2C147&amp;ssl=1 221w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb.jpg?resize=116%2C77&amp;ssl=1 116w" sizes="auto, (max-width: 600px) 100vw, 600px" data-recalc-dims="1" />Foto: Ariel Fagundes</div>
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Depois de sentar, pensar e escutar a si mesma e aos outros sobre como eles realmente estavam, às 21h01min, os primeiros riffles de guitarra foram ouvidos, rompendo pelos amplificadores. Os pedestais e a bateria foram ganhando a companhia de Courtney e seus músicos: o baterista Dave Mudie o baixista Bones Solane, que foram devidamente recepcionados pela vibração, gritos e afetos do público com frases de “We Love You”. Courtney, com o básico combo “blusa branca, calça preta”, chegou tímida como sempre, já se curvando para acomodar a guitarra e abrir a noite com a faixa “Hopefulessness”. 
É visível a ligação de Courtney com a guitarra. É como se o instrumento fosse sua armadura: com ela junto do corpo, a artista se transforma. Toda a extroversão contida passa dos dedos para as cordas. Courtney se comunica através dos acordes e distorções que embasam sua voz e suas composições. Logo depois da primeira faixa executada, mais gritos empolgados e uma das algumas trocas de guitarra que rolaram durante o show. 
<div id="attachment_122150" style="width: 610px" class="wp-caption alignnone"><img loading="lazy" decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-122150" src="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb8.jpg?resize=600%2C899" alt="" class="size-full wp-image-122150" srcset="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb8.jpg?w=600&amp;ssl=1 600w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb8.jpg?resize=200%2C300&amp;ssl=1 200w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb8.jpg?resize=221%2C331&amp;ssl=1 221w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb8.jpg?resize=300%2C450&amp;ssl=1 300w" sizes="auto, (max-width: 600px) 100vw, 600px" data-recalc-dims="1" />Foto: Ariel Fagundes</div>


Ainda sob as mesmas luzes vermelhas, ela já deixa escapar sorrisos e emenda para outra canção do álbum mais recente com “City Looks Pretty”. A cada solo de guitarra, o público era absorvido e reagia com mais entusiasmo quase encobrindo o “thanks” da cantora. Com a plateia já aquecida, foi a vez de “Avant Gardener”, do EP How To Cave a Carrot Into A Rose (2013), com coro reforçado dos fãs. Aí, Courtney conversou rapidamente pela primeira vez com o público, fazendo questão de mostrar ao que veio com um “Olá, sou Courtney e hoje vamos cantar e tocar algumas músicas para vocês”. 
Com “Need a Little Time”, um pouco mais suave, já sabíamos que a cantora não tinha tempo a perder. Cada faixa vinha na sequência uma da outra, com pausas quase partituradas entre música &#8211; grito do público &#8211; goles de algo que parecia ser chá &#8211; mais uma música. Às vezes um “obrigada”, em português mesmo, incrementava a modus operandi. 
Entre as levadinhas de “Nameless, Faceless”, “Small Poppeis” &#8211; primeira no set de Sometimes I Sit and Think, Sometimes I Just Sit-, ela se soltava guiada pela guitarra. Com sorrisos cada vez mais abertos, ela rodopiava pelo palco, deixava o corpo como um pêndulo que se movia pelo peso da guitarra pra frente e pra trás; subia na plataforma do baixista e se aproximava da galera, sempre com as mãos ágeis entre as cordas da guitarra. A parte intimista, com levadas mais calmas, veio com “Depreston”, com um climinha todo especial com o público cantando junto, gentileza recebida com os afetuosos sorrisos e balançadas de franjinha de Courtney. Em sequência vieram “Are You Looking After Yourself&#8221;, “Sunday Roast” e “Lance Jr”, antecipada por um “Vamos cantar?” em português da cantora. O ambiente foi ficando cada vez mais acolhedor, em sintonia com banda e artista; uma atmosfera de intimidade na qual todos se sentiam no universo da cantora, embalados pela faixa “Charity”. O explosivo hit “Pedestrian at Best” foi a escolhida para fechar um hora de apresentação. 
<div id="attachment_122149" style="width: 610px" class="wp-caption alignnone"><img loading="lazy" decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-122149" src="https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb7.jpg?resize=600%2C400" alt="" class="size-full wp-image-122149" srcset="https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb7.jpg?w=600&amp;ssl=1 600w, https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb7.jpg?resize=300%2C200&amp;ssl=1 300w, https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb7.jpg?resize=221%2C147&amp;ssl=1 221w, https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb7.jpg?resize=116%2C77&amp;ssl=1 116w" sizes="auto, (max-width: 600px) 100vw, 600px" data-recalc-dims="1" />Foto: Ariel Fagundes</div>
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Com um “Thank U”, Courtney e banda deixaram o palco para se aquecer ao som das palmas e aclamações com o nome da cantora até o momento do bis. Sozinha, ela retornou sob uma luz branca para cantar “Let It Go”, composição do disco em parceria com o músico Kurt Vile, “Lotta Sea Lice” (2017). Em silêncio, os fãs apreciaram um dos momentos mais pessoais e emocionais do set. Já acompanhada dos parceiros de palco, foi a vez das derradeiras “Kim’s Caravan” e “History Eraser”, com direito a plateia cantando juntinho do início ao fim. Com uma última erguida na guitarra, ela deu seu acorde final e, seguida de um abano em agradecimento, pôs fim à apresentação. 
O tal rock’n’roll tem a ver com ir direto ao ponto. Courtney consegue ser objetiva, sem abrir mão de uma energia de acolhimento. Tudo isso provando, ao vivo, porque é uma das guitarristas mais celebradas da cena atual. Ao final de tudo isso, se fôssemos reagir ao questionamento do último disco, a resposta sobre como a platéia realmente estava se sentindo só poderia ser positiva. 
<div id="attachment_122146" style="width: 610px" class="wp-caption alignnone"><img loading="lazy" decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-122146" src="https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb4.jpg?resize=600%2C400" alt="" class="size-full wp-image-122146" srcset="https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb4.jpg?w=600&amp;ssl=1 600w, https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb4.jpg?resize=300%2C200&amp;ssl=1 300w, https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb4.jpg?resize=221%2C147&amp;ssl=1 221w, https://i0.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2019/02/cb4.jpg?resize=116%2C77&amp;ssl=1 116w" sizes="auto, (max-width: 600px) 100vw, 600px" data-recalc-dims="1" />Foto: Ariel Fagundes</div>
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Verão brasileiro é garantia calor durante o dia e noites igualmente quentes. E é mais ou menos desde sempre que sabemos que no mês de fevereiro tem carnaval, como nos ensinou Jorge Ben Jor. Talvez, aproveitando a brecha do começo deste ano ter se espichado com um Carnaval no mês de março, fevereiro abriu uma [&hellip;]

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