Rosa Passos é homenageada pela União Brasileira de Compositores (UBC)

Mostrando que o rock não acabou, Moptop retorna com novo disco e show esgotado

Saiu #223 – Pabllo Vittar, Ney Matogrosso, Luedji Luna, Gilberto Gil, Samuel Rosa e mais

Girando o disco, mudando a cena: conheça o Spin Sisters, clube de vinil para mulheres

“Movimento Algum”, álbum de Fernando Motta, mescla Clube da Esquina com shoegaze; leia a entrevista

core/freeform

Era 2012 quando o produtor <strong>9th Wonder</strong> foi convidado a trabalhar com a prestigiada <strong>Universidade de Harvard</strong> para incluir discos de hip hop no seu acervo oficial. Desde então, ele vem trabalhando no <strong>The HipHop Archive &amp; Research Institute</strong>, que existe desde 2002 como parte do <strong>Du Bois Institute</strong>, para elaborar uma lista de álbuns de rap que representam a cultura afro-estadunidense contemporânea.

Há pouco, eles divulgaram a lista de álbuns que foram escolhidos até agora: <em><strong>The Low End Theory</strong></em> (1991), do <strong>A Tribe Called Quest</strong>, <em><strong>To Pimp a Butterfly</strong></em> (2015), do <strong>Kendrick Lamar</strong>, <em><strong>The Miseducation of Lauryn Hill</strong></em> (1998), da <strong>Lauryn Hill</strong>, e <em><strong>Illmatic</strong></em> (1994), do <strong>Nas</strong>. Esses são os quatro primeiros de 200 discos que entrarão no seleto acervo da universidade.

<em>Veja abaixo uma apresentação do The Hiphop Archive &amp; Research Institute:</em>
<iframe src="https://player.vimeo.com/video/96738653" width="600" height="400" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>

A um primeiro olhar, pode não significar muito, mas esse projeto é muito mais importante do que parece, pois a desigualdade racial é um tema que atinge <strong>Harvard</strong> há um bom tempo. Criada em 1636, essa que é uma das universidades mais famosas do mundo possui um passado de segregação. Mulheres, por exemplo, só passaram a ser aceitas no fim do século XIX, sendo que a primeira turma de mulheres na faculdade de Medicina de Harvard só foi formada em 1945.

[caption id="attachment_108816" align="alignnone" width="549"]<a href="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Captura-de-Tela-2017-02-16-%C3%A0s-15.48.27.png"><img class="wp-image-108816 size-full" src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Captura-de-Tela-2017-02-16-%C3%A0s-15.48.27.png" alt="" width="549" height="387" /></a> Foto de 1968 mostra estudantes cobrando que Harvard aceitasse mais pessoas negras (Reprodução Radcliffe College Archives)[/caption]

Os negros também não eram aceitos, apenas a partir de 1945 a universidade começou a se abrir para essa possibilidade. Hoje, conforme <a href="https://college.harvard.edu/admissions/admissions-statistics" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dados da instituição</a>, os estudantes negros somam pouco menos de 14% dos quadros de Harvard. E praticamente nenhum deles veio das periferias dos Estados Unidos, todos pertencem a famílias com alto poder aquisitivo segundo o <em><a href="http://www.jbhe.com/news_views/52_harvard-blackstudents.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">The Journal Of Blacks In Higher Education</a></em>. Para completar, a universidade tem pouquíssimos professores negros, como conta o <a href="https://newsone.com/1165145/harvard-admits-black-students-not-black-professors/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">NewsOne</a>. (<em>Atualização 2020: a pedido, <a href="https://www.c2educate.com/understanding-sat-scores-16-frequently-asked-questions/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">informamos aqui </a>o link para o post de perguntas frequentes sobre os testes de admissão para entrar em Harvard).</em>

[caption id="attachment_108830" align="alignnone" width="600"]<a href="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg"><img class="wp-image-108830 size-full" src="http://api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg" alt="" width="600" height="400" /></a> Imagem do projeto I Too Am Harvard (Reprodução)[/caption]

Foi por essas e outras que alguns estudantes da instituição criaram em 2014 a campanha <strong>I Too Am Harvard</strong> ("eu também sou Harvard", em inglês), que tem um <a href="http://itooamharvard.tumblr.com/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Tumblr</a> e uma <a href="https://www.facebook.com/iTooAmHarvard/?ref=ts&amp;fref=ts" target="_blank" rel="noopener noreferrer">página no Facebook</a>. E é por tudo isso que o projeto de incluir álbuns representativos da cultura afro-americana no acervo oficial de Harvard é algo tão importante para a universidade. Quem sabe a arte seja um caminho para diminuir a desigualdade racial dentro da instituição.

Aproveite para ouvir abaixo os álbuns que já foram escolhidos pelo <strong>The HipHop Archive &amp; Research Institute</strong>:

<iframe src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A2Uc0HAF0Cj0LAgyzYZX5e3" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe>

<iframe src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A1p12OAWwudgMqfMzjMvl2a" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe>

<iframe src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A3kEtdS2pH6hKcMU9Wioob1" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe>

<iframe src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A5uP9oyMK5lpzbB7K6UeT3X" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe>

<p>Era 2012 quando o produtor <strong>9th Wonder</strong> foi convidado a trabalhar com a prestigiada <strong>Universidade de Harvard</strong> para incluir discos de hip hop no seu acervo oficial. Desde então, ele vem trabalhando no <strong>The HipHop Archive &amp; Research Institute</strong>, que existe desde 2002 como parte do <strong>Du Bois Institute</strong>, para elaborar uma lista de álbuns de rap que representam a cultura afro-estadunidense contemporânea.</p>
<p>Há pouco, eles divulgaram a lista de álbuns que foram escolhidos até agora: <em><strong>The Low End Theory</strong></em> (1991), do <strong>A Tribe Called Quest</strong>, <em><strong>To Pimp a Butterfly</strong></em> (2015), do <strong>Kendrick Lamar</strong>, <em><strong>The Miseducation of Lauryn Hill</strong></em> (1998), da <strong>Lauryn Hill</strong>, e <em><strong>Illmatic</strong></em> (1994), do <strong>Nas</strong>. Esses são os quatro primeiros de 200 discos que entrarão no seleto acervo da universidade.</p><div id="videoAd">*</div><br><script type="text/javascript">var t = "//des.smartclip.net/ads?type=dyn&plc=90854&sz=400x320&elementId=videoAd";t += "&ref=" + encodeURIComponent(window.top.document.URL);t += "&rnd=" + Math.round(Math.random()*1e8);var s = document.createElement("script");s.type = "text/javascript";s.src = t;document.body.appendChild(s);</script>
<p><em>Veja abaixo uma apresentação do The Hiphop Archive &amp; Research Institute:</em><br />
<iframe loading="lazy" src="https://player.vimeo.com/video/96738653" width="600" height="400" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe></p>
<p>A um primeiro olhar, pode não significar muito, mas esse projeto é muito mais importante do que parece, pois a desigualdade racial é um tema que atinge <strong>Harvard</strong> há um bom tempo. Criada em 1636, essa que é uma das universidades mais famosas do mundo possui um passado de segregação. Mulheres, por exemplo, só passaram a ser aceitas no fim do século XIX, sendo que a primeira turma de mulheres na faculdade de Medicina de Harvard só foi formada em 1945.</p>
<div id="attachment_108816" style="width: 559px" class="wp-caption alignnone"><a href="https://i1.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Captura-de-Tela-2017-02-16-%C3%A0s-15.48.27.png"><img loading="lazy" decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-108816" class="wp-image-108816 size-full" src="https://i1.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Captura-de-Tela-2017-02-16-%C3%A0s-15.48.27.png?resize=549%2C387" alt="" data-recalc-dims="1" /></a><p id="caption-attachment-108816" class="wp-caption-text">Foto de 1968 mostra estudantes cobrando que Harvard aceitasse mais pessoas negras (Reprodução Radcliffe College Archives)</p></div>
<p>Os negros também não eram aceitos, apenas a partir de 1945 a universidade começou a se abrir para essa possibilidade. Hoje, conforme <a href="https://college.harvard.edu/admissions/admissions-statistics" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dados da instituição</a>, os estudantes negros somam pouco menos de 14% dos quadros de Harvard. E praticamente nenhum deles veio das periferias dos Estados Unidos, todos pertencem a famílias com alto poder aquisitivo segundo o <em><a href="http://www.jbhe.com/news_views/52_harvard-blackstudents.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">The Journal Of Blacks In Higher Education</a></em>. Para completar, a universidade tem pouquíssimos professores negros, como conta o <a href="https://newsone.com/1165145/harvard-admits-black-students-not-black-professors/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">NewsOne</a>. (<em>Atualização 2020: a pedido, <a href="https://www.c2educate.com/understanding-sat-scores-16-frequently-asked-questions/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">informamos aqui </a>o link para o post de perguntas frequentes sobre os testes de admissão para entrar em Harvard).</em></p>
<div id="attachment_108830" style="width: 610px" class="wp-caption alignnone"><a href="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg"><img loading="lazy" decoding="async" aria-describedby="caption-attachment-108830" class="wp-image-108830 size-full" src="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg?resize=600%2C400" alt="" srcset="https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg?w=600&amp;ssl=1 600w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg?resize=300%2C200&amp;ssl=1 300w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg?resize=221%2C147&amp;ssl=1 221w, https://i2.wp.com/api.noize.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ittoamharvard.jpg?resize=116%2C77&amp;ssl=1 116w" sizes="auto, (max-width: 600px) 100vw, 600px" data-recalc-dims="1" /></a><p id="caption-attachment-108830" class="wp-caption-text">Imagem do projeto I Too Am Harvard (Reprodução)</p></div>
<p>Foi por essas e outras que alguns estudantes da instituição criaram em 2014 a campanha <strong>I Too Am Harvard</strong> (&#8220;eu também sou Harvard&#8221;, em inglês), que tem um <a href="http://itooamharvard.tumblr.com/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Tumblr</a> e uma <a href="https://www.facebook.com/iTooAmHarvard/?ref=ts&amp;fref=ts" target="_blank" rel="noopener noreferrer">página no Facebook</a>. E é por tudo isso que o projeto de incluir álbuns representativos da cultura afro-americana no acervo oficial de Harvard é algo tão importante para a universidade. Quem sabe a arte seja um caminho para diminuir a desigualdade racial dentro da instituição.</p>
<p>Aproveite para ouvir abaixo os álbuns que já foram escolhidos pelo <strong>The HipHop Archive &amp; Research Institute</strong>:</p>
<p><iframe loading="lazy" src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A2Uc0HAF0Cj0LAgyzYZX5e3" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe></p>
<p><iframe loading="lazy" src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A1p12OAWwudgMqfMzjMvl2a" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe></p>
<p><iframe loading="lazy" src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A3kEtdS2pH6hKcMU9Wioob1" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe></p>
<p><iframe loading="lazy" src="https://embed.spotify.com/?uri=spotify%3Aalbum%3A5uP9oyMK5lpzbB7K6UeT3X" width="300" height="380" frameborder="0"></iframe></p>
</p>

Era 2012 quando o produtor 9th Wonder foi convidado a trabalhar com a prestigiada Universidade de Harvard para incluir discos de hip hop no seu acervo oficial. Desde então, ele vem trabalhando no The HipHop Archive &amp; Research Institute, que existe desde 2002 como parte do Du Bois Institute, para elaborar uma lista de álbuns [&hellip;]

Harvard traz o rap pro seu acervo e isso é muito mais importante do que parece

Relacionados

Leia mais