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Colecionar discos de vinil é um hobby mais popular a cada dia. Nem a Geração Z — conhecida por ser mais tecnológica — ficou de fora do mercado. Segundo uma pesquisa da plataforma Discogs, três quartos dos entrevistados das gerações Millennial e X aumentam ativamente suas coleções, enquanto 47% dos consumidores de vinil da Geração Z concordam que os discos são caros, mas valem a pena.

Eles não estão errados. De acordo com uma análise realizada também pela Discogs, o preço médio de um disco atualmente é cerca de 24% mais caro do que em anos anteriores. Mas o que faz esses produtos, que possuem uma boa demanda desde 2007, encarecerem?

Inflação

Unindo a pandemia da COVID-19, a guerra comercial entre países e a crise econômica mundial, os preços dos produtos aumentaram - e seguem subindo. Em 2020, os usuários da Discogs pagavam cerca de US$ 29,82 em um disco que estava em ótimo estado, mas que já teria sido usado algumas vezes. A diferença quase desaparece: o valor teria, antigamente, o mesmo peso que US$ 36,48 hoje — praticamente o que colecionadores já estão desembolsando em 2025, de acordo com o Bureau de Estatísticas Trabalhistas dos EUA. Infelizmente, os salários não acompanharam esse crescimento, e o poder de compra não corresponde necessariamente ao nosso orçamento pessoal.

O problema começa desde o início da produção do vinil. "O custo de fabricação claramente aumentou, já que o custo das matérias-primas subiu", disse Travis Searle, da Guestroom Records Louisville, nos Estados Unidos. "Além disso, como o custo de vida aumentou, os salários pagos aos funcionários das fábricas de prensagem e dos centros de armazenagem de produtos também aumentaram", completou.

Searle também explica como o poder de compra funciona na prática: "Todos sabemos que Thriller, Abbey Road, Rumours e The Dark Side of the Moon estão entre os discos mais vendidos e mais fabricados de todos os tempos. Dito isso, todos esses lançamentos ainda estão amplamente em demanda por colecionadores, novos e antigos, que buscam uma primeira cópia, uma atualização final ou um presente para um novo fã que está descobrindo a magia. Os preços aumentaram porque agora podemos obter mais; cada vez que uma cópia de qualquer um desses sucessos chega ao estoque de novos lançamentos da Guestroom Records, sua 'vida útil' é contada em horas, não em dias.”

Ele ainda complementou: “Não posso falar por todas as lojas, mas na Guestroom Records, o objetivo para os preços de usados (dependendo da condição e da versão da prensagem, claro) é definir os preços conforme a demanda, mas dentro de um limite que ainda faça o fã casual sentir que é um 'bom negócio'. Esses preços passaram de US$ 6 a US$ 10, 15 anos atrás, para US$ 15 a US$ 30 atualmente", finalizou.

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Mercado musical

Além disso, o mercado também parou de enxergar os discos apenas como um produto vintage, mas sim como uma forma frequente de consumo musical para apoiar os artistas. Dessa forma, são criadas estratégias para que os colecionadores comprem mais e mais, como regravações para fãs e variantes coloridas do mesmo disco. Isso também afeta o preço do produto.

"As gravadoras perceberam o quanto de lucro pode ser gerado no mercado de vinil. Desde meados dos anos 90 até o final dos anos 2000, o vinil era muito mais uma 'isca de perda', fabricado em quantidades menores para agradar os colecionadores que nunca abandonaram o formato", disse Searle.

Jeffrey Smith, vice-presidente de marketing da Discogs, explica como a estratégia da indústria pode falhar: "Os fãs pagarão por discos que pareçam intencionais — aqueles que respeitam sua paixão, lealdade e o desejo de possuir algo especial. Mas inundar o mercado com variantes de cores trocadas e reedições inflacionadas sem propósito real? Isso é como perder os fãs. Colecionadores não são caixas eletrônicos. Eles sabem quando estão comprando uma experiência e quando estão sendo apenas vendidos. Continue tratando-os como uma fonte de receita em vez de uma comunidade, e eles se lembrarão. O futuro do vinil pertence àqueles que entenderem isso", afirmou.

Maior seletividade

Com o aumento dos preços, os colecionadores acabam sendo mais seletivos com os produtos que desejam comprar. Afinal, como não é possível adquirir tudo, a tendência é que a qualidade seja prioridade, e não a quantidade. Em uma pesquisa da Discogs, muitos dos usuários de vinil admitem que compraram menos discos do que gostariam em 2024.

Por possuírem uma coleção extensa, os veteranos na área também compram menos, e procuram por vinis específicos para complementar sua coleção. Alguns deles não têm nem espaço físico o suficiente para colocar novos discos. Quando questionados pela Discogs, apenas um terço dos usuários de vinil afirmou ter lugar para guardar os seus produtos.

"Eu quase tenho tudo o que sempre quis. E agora estou um pouco mais cauteloso quanto a gastar em algo que eu não preciso", disse um colecionador. "Estou sendo mais exigente com como gasto e buscando as coisas que realmente quero, e não apenas as primeiras que vejo", relatou outro.

Dicas para a compra de discos

Apesar de todos os problemas que geram o encarecimento, os colecionadores continuam a comprar vinis. Dessa forma, podemos perceber que os hábitos de consumo das pessoas se alteraram, porém, não a vontade em si de colecionar discos.

É possível notar essa mudança nos próprios dados da Discogs. As vendas de vinil no site aumentaram 51% de 2020 a 2023 em comparação com os quatro anos anteriores. Além disso, os usuários catalogaram um número recorde de 105,7 milhões de itens nas coleções da Discogs apenas em 2024, um novo recorde. Alguns gerenciam seus acervos online, mesmo que não comprem tanto, o que significa que os consumidores ainda realizam uma curadoria de suas coleções mesmo quando não compram discos ativamente.

Pensando nisso, a NOIZE separou dicas para aqueles que vivem essa batalha com o aumento dos preços em 2025, mas ainda gostam de comprar música em vinil:

Busque discos usados, para encontrar preços mais acessíveis.

Saiba exatamente o que você deseja comprar. Dessa forma, serão evitados gastos desnecessários

Conheça lojas locais na sua cidade. Assim, você apoiará o comércio local e ainda vai economizar

Filtre no site da Discogs. O usuário pode otimizar sua busca por localização do vendedor ou pela moeda dos anúncios, além de ser avisado quando os discos que deseja estarão disponíveis e ainda adicionar filtros adicionais baseados em preço, condição e mais.

Colecionar discos de vinil é um hobby mais popular a cada dia. Nem a Geração Z — conhecida por ser mais tecnológica — ficou de fora do mercado. Segundo uma pesquisa da plataforma Discogs, três quartos dos entrevistados das gerações Millennial e X aumentam ativamente suas coleções, enquanto 47% dos consumidores de vinil da Geração Z concordam que os discos são caros, mas valem a pena. 



Eles não estão errados. De acordo com uma análise realizada também pela Discogs, o preço médio de um disco atualmente é cerca de 24% mais caro do que em anos anteriores. Mas o que faz esses produtos, que possuem uma boa demanda desde 2007, encarecerem?<div id="videoAd">*</div> <script type="text/javascript">var t = "//des.smartclip.net/ads?type=dyn&plc=90854&sz=400x320&elementId=videoAd";t += "&ref=" + encodeURIComponent(window.top.document.URL);t += "&rnd=" + Math.round(Math.random()*1e8);var s = document.createElement("script");s.type = "text/javascript";s.src = t;document.body.appendChild(s);</script>



Inflação 



Unindo a pandemia da COVID-19, a guerra comercial entre países e a crise econômica mundial, os preços dos produtos aumentaram &#8211; e seguem subindo. Em 2020, os usuários da Discogs pagavam cerca de US$ 29,82 em um disco que estava em ótimo estado, mas que já teria sido usado algumas vezes. A diferença quase desaparece: o valor teria, antigamente, o mesmo peso que US$ 36,48 hoje — praticamente o que colecionadores já estão desembolsando em 2025, de acordo com o Bureau de Estatísticas Trabalhistas dos EUA. Infelizmente, os salários não acompanharam esse crescimento, e o poder de compra não corresponde necessariamente ao nosso orçamento pessoal. 



O problema começa desde o início da produção do vinil. &#8220;O custo de fabricação claramente aumentou, já que o custo das matérias-primas subiu&#8221;, disse Travis Searle, da Guestroom Records Louisville, nos Estados Unidos. &#8220;Além disso, como o custo de vida aumentou, os salários pagos aos funcionários das fábricas de prensagem e dos centros de armazenagem de produtos também aumentaram&#8221;, completou. 



Searle também explica como o poder de compra funciona na prática: &#8220;Todos sabemos que Thriller, Abbey Road, Rumours e The Dark Side of the Moon estão entre os discos mais vendidos e mais fabricados de todos os tempos. Dito isso, todos esses lançamentos ainda estão amplamente em demanda por colecionadores, novos e antigos, que buscam uma primeira cópia, uma atualização final ou um presente para um novo fã que está descobrindo a magia. Os preços aumentaram porque agora podemos obter mais; cada vez que uma cópia de qualquer um desses sucessos chega ao estoque de novos lançamentos da Guestroom Records, sua &#8216;vida útil&#8217; é contada em horas, não em dias.” 



Ele ainda complementou: “Não posso falar por todas as lojas, mas na Guestroom Records, o objetivo para os preços de usados (dependendo da condição e da versão da prensagem, claro) é definir os preços conforme a demanda, mas dentro de um limite que ainda faça o fã casual sentir que é um &#8216;bom negócio&#8217;. Esses preços passaram de US$ 6 a US$ 10, 15 anos atrás, para US$ 15 a US$ 30 atualmente&#8221;, finalizou.







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Mercado musical 



Além disso, o mercado também parou de enxergar os discos apenas como um produto vintage, mas sim como uma forma frequente de consumo musical para apoiar os artistas. Dessa forma, são criadas estratégias para que os colecionadores comprem mais e mais, como regravações para fãs e variantes coloridas do mesmo disco. Isso também afeta o preço do produto. 



&#8220;As gravadoras perceberam o quanto de lucro pode ser gerado no mercado de vinil. Desde meados dos anos 90 até o final dos anos 2000, o vinil era muito mais uma &#8216;isca de perda&#8217;, fabricado em quantidades menores para agradar os colecionadores que nunca abandonaram o formato&#8221;, disse Searle. 



Jeffrey Smith, vice-presidente de marketing da Discogs, explica como a estratégia da indústria pode falhar: &#8220;Os fãs pagarão por discos que pareçam intencionais — aqueles que respeitam sua paixão, lealdade e o desejo de possuir algo especial. Mas inundar o mercado com variantes de cores trocadas e reedições inflacionadas sem propósito real? Isso é como perder os fãs. Colecionadores não são caixas eletrônicos. Eles sabem quando estão comprando uma experiência e quando estão sendo apenas vendidos. Continue tratando-os como uma fonte de receita em vez de uma comunidade, e eles se lembrarão. O futuro do vinil pertence àqueles que entenderem isso&#8221;, afirmou.



Maior seletividade 



Com o aumento dos preços, os colecionadores acabam sendo mais seletivos com os produtos que desejam comprar. Afinal, como não é possível adquirir tudo, a tendência é que a qualidade seja prioridade, e não a quantidade. Em uma pesquisa da Discogs, muitos dos usuários de vinil admitem que compraram menos discos do que gostariam em 2024. 



Por possuírem uma coleção extensa, os veteranos na área também compram menos, e procuram por vinis específicos para complementar sua coleção. Alguns deles não têm nem espaço físico o suficiente para colocar novos discos. Quando questionados pela Discogs, apenas um terço dos usuários de vinil afirmou ter lugar para guardar os seus produtos. 



&#8220;Eu quase tenho tudo o que sempre quis. E agora estou um pouco mais cauteloso quanto a gastar em algo que eu não preciso&#8221;, disse um colecionador. &#8220;Estou sendo mais exigente com como gasto e buscando as coisas que realmente quero, e não apenas as primeiras que vejo&#8221;, relatou outro.







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Dicas para a compra de discos 



Apesar de todos os problemas que geram o encarecimento, os colecionadores continuam a comprar vinis. Dessa forma, podemos perceber que os hábitos de consumo das pessoas se alteraram, porém, não a vontade em si de colecionar discos. 



É possível notar essa mudança nos próprios dados da Discogs. As vendas de vinil no site aumentaram 51% de 2020 a 2023 em comparação com os quatro anos anteriores. Além disso, os usuários catalogaram um número recorde de 105,7 milhões de itens nas coleções da Discogs apenas em 2024, um novo recorde. Alguns gerenciam seus acervos online, mesmo que não comprem tanto, o que significa que os consumidores ainda realizam uma curadoria de suas coleções mesmo quando não compram discos ativamente. 



Pensando nisso, a NOIZE separou dicas para aqueles que vivem essa batalha com o aumento dos preços em 2025, mas ainda gostam de comprar música em vinil: 



Busque discos usados, para encontrar preços mais acessíveis. 



Saiba exatamente o que você deseja comprar. Dessa forma, serão evitados gastos desnecessários



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Filtre no site da Discogs. O usuário pode otimizar sua busca por localização do vendedor ou pela moeda dos anúncios, além de ser avisado quando os discos que deseja estarão disponíveis e ainda adicionar filtros adicionais baseados em preço, condição e mais.

47% dos consumidores concordam que os discos são caros, mas valem a pena. Mas, por que os vinis estão mais caros a cada ano que passa?

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