
Raquel prepara o lançamento do seu novo álbum Não Incendiei a Casa por Milagre (2025). Antes, a faixa, que dá nome ao disco, ganha videoclipe, publicado em primeira mão pela Noize.
Raquel é ex-vocalista da banda As Baías, que encerrou atividades em 2021. Antes conhecida como As Bahias e a Cozinha Mineira, o trio foi formado ao lado de Assucena Assucena e Rafael Acerbi. O grupo foi duas vezes indicado ao Grammy Latino.
Para além da carreira na música, Raquel integra o comitê de Sustentabilidade do Pacto Global da ONU no Brasil. Ela também foi a primeira mulher trans a cantar na sede da organização, em Nova York. Com carreira solo, compartilha as inspirações por trás da música “Não Incendiei a Casa por Milagre” e o que esperar do novo álbum.
O clipe, assinado por Ronê Ferreira e com direção criativa de Raquel, reflete sobre as fronteiras do real. O rock urbano bossa-noventista é enriquecido com visual acelerado, o exagero e o cotidiano, que ganham ares cinematográficos com closes penetrantes de Raquel, em uma estética cheia de referências.

Do cinema à música, Pedro Almodóvar é uma grande inspiração para os artistas. As cores vibrantes, composições visuais marcantes, temas transgressores, melodrama, tragicomédia e o protagonismo feminino tornam seu estilo singular na sétima arte.
Para o disco, o diretor espanhol foi uma grande referência para a cantora. A frase “Não Incendiei a Casa por Milagre” vem do livro de contos de Almodóvar Último Sonho (2023). A leitura foi um gatilho artístico para a nova produção.
“Queria dar vazão para falar das minhas toxicidades. Raiva, insegurança, medo. Todos estes sentimentos dos quais, muitas vezes, preferimos ocultar. Acho maravilhoso quem não está com raiva neste momento com tudo que acontece no mundo, mas eu estou e precisava falar sobre isso”, explica Raquel.
Raquel assina seis das oito composições, nas não-autorais entram as faixas “Vidinha”, de Rita Lee, e “Autotune Erótico”, de Caetano Veloso. Ainda na família Veloso, o filho do cantor, Moreno, é responsável pela direção do álbum.
Outra grande influência para Raquel foi a cantora Gal Costa. Não Incendiei a Casa por Milagre (2025) conta com a mesma base musical de Recanto (2011), da diva da MPB, com com Bruno Di Lullo, Domenico Lancellotti, Pedro Sá e Eduardo Manso.
Não Incendiei a Casa por Milagre (2025) será dividido em duas partes. Em ambos, Raquel mergulha nas memórias de infância para contar as histórias. O roseiral é a parte um, e O cimento no roseiral finaliza a produção conceitual.
Confira o clipe de “Não Incendiei a Casa por Milagre”: